Para o economista João César das Neves, o futuro do país pode passar por “uma lição amarga, contundente, talvez devastadora” mas também “a mais instrutiva”. E que lição é essa?
Escreve esta quarta-feira, num texto que assina no Diário de Notícias, que "hoje em Portugal, após quatro anos de austeridade, não faltam queixosos".
O texto intitulado ‘Beneficiários ao poder’ especifica que “não se fala nos problemas do país (…) mas apenas de recuperar benefícios”.
“São miríades os que sofreram os cortes, mesmo tímidos e insuficientes, do governo anterior. São esses, classificáveis com o título genérico de beneficiários, que se preparam para voltar à mesa do Orçamento”, escreve César das Neves, acrescentando que “todos se atropelam para prometer mais, alguns dizendo manter os compromissos, nenhum explicando como isso será possível”.
Para César das Neves, estes “beneficiários”, não especificando nenhum nome, apenas dizendo que para eles “há muito a recuperar. Em subsídios, apoios, subvenções, pensões, salários”, entre outros, a lição será instrutiva para eles.
Mas “a maior lição, porém, será para os eleitores. Todos terão um curso rápido de democracia. Muitos vão sentir na pele o custo do voto de protesto”, conclui.