Viagens pagas? "Isto é a antecâmara da corrupção"
Paulo Morais, antigo candidato presidencial, desfaz-se em críticas ao mais recente caso polémico que envolve três membros do Governo.
© Global Imagens
Política Paulo de Morais
A viagem paga pela Galp a três membros do Governo para assistirem a um jogo da Seleção Nacional no Euro’2016 foi o tema de análise de Paulo de Morais, antigo candidato presidencial, no tempo de antena da RTP3. Uma abordagem ao tema repleta de críticas e questões retóricas foi o que aconteceu.
“Isto é um absurdo do que é a vida política em Portugal. Isto não acontece nos países evoluídos”, começou por dizer o atual vice-Presidente de Associação Transparência e Integridade, lembrando que a criação de um código de conduta especial criado pelo Governo “não vai resolver o problema”.
“Um secretário de Estado ou faz uma viagem na sua esfera privada e planeia-a e paga-a, ou faz uma viagem no âmbito das suas funções públicas e aí tem de ser o Governo a pagar a viagem. Nenhum outro contexto faz sentido”, sintetizou, comparando a aceitação do convite da Galp como “alguém que aceita um brinde num concurso de televisão”.
Sob o prisma de Paulo de Morais, “há aqui ou uma ingenuidade absoluta ou uma total falta de sentido de Estado e essa falta de sentido ainda vem ser reforçada negativamente pela intervenção do ministro Santos Silva”, que, considera, “transformou os secretários de Estado em membros de uma claque, o que é completamente absurdo”.
Ainda assim, o mais grave de toda a situação, para Paulo Morais, é o facto de “esta polémica só existir porque eles [os três membros do Governo] foram descobertos”.
“As pessoas têm de perceber que a oferta de viagens, de fins de semana, de férias e passeios é uma prática comum entre grupos económicos e membros da administração que ficam deslumbrados. Isto é a antecâmara da corrupção”, acrescentou
Como consequências possíveis, a resposta do ex-candidato a Belém é perentória: “Quem aceita um lugar no Governo e não tem maturidade para ter capacidade de discernimento, não deve estar no Governo”.
“Isto só tinha uma de duas soluções, que era um pedido de desculpas por parte do Governo. Mas como em Portugal ninguém pede desculpa de coisa nenhuma, o que acontece é que temos no Governo três sec. De Estado que assumem um lugar no Governo como se estivessem a participar num programa de televisão, onde aceitam qualquer brinde”, terminou Paulo de Morais
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