Joaquim Jorge abordou mais uma vez a polémica em torno da recusa de António Domingues em entregar ao Tribunal Constitucional a sua declaração de património e rendimentos antes de assumir funções na Caixa Geral de Depósitos.
“Nada tenho contra uma pessoa que tenha bens e seja rica, desde, que se saiba de onde vem o dinheiro e que paga os seus impostos”, escreveu num artigo de opinião enviado ao Notícias ao Minuto.
A propósito de uma notícia do jornal Público que dava conta que Carlos Santos Ferreira nunca declarou ao TC os rendimentos que auferia na CGD, o fundador do Clube dos Pensadores questiona porque não foi este caso parar à Justiça.
“Tenho vergonha de viver neste país faz de conta, em que se faz tudo e mais alguma coisa. Os portugueses são roubados todos os dias e respondem com encolher dos ombros”. “País de corruptos, safados, vigaristas, hipócritas, tratantes, trapaceiros, velhacos e ladrões. Detesto viver neste país que não se faz justiça perante esta gentalha”, acrescenta.
Já sobre António Domingues, Joaquim Jorge diz que terá de passar pelo mesmo escrutínio, já que “ num verdadeiro Estado de direito não pode e não deve haver exceções - a transparência é para todos”
“Se há um acordo entre António Domingues e o Governo de António Costa para isentarem dessa obrigação na Administração da CGD, a culpa é de quem convidou (Governo) e não de quem foi convidado (presidente CGD)”.
António Domingues, parecendo “pessoa honesta”, escreve Joaquim Jorge, “foi enganado com uma promessa que não pode ser cumprida”, pelo que só tem uma fuga possível: “demitir-se”.