"O anúncio de mais um pacote de medidas de austeridade foi acompanhado por um deplorável espetáculo de desinformação de membros do Governo, deputados e dirigentes da maioria e outros mestres da dissimulação", como o Presidente da República, o qual "não resistiu a dar o seu contributo", disse, em declaração política na Assembleia da República.
Para o deputado comunista, "O CDS, pela voz do seu dirigente máximo, veio a público tentar sacudir a água do capote, como se não fosse, de mão dada com o PSD, o autor e executante das políticas praticadas nos últimos dois anos".
"Não há malabarismo do seu líder que iluda esta realidade", continuou, antes de lamentar que PSD, CDS-PP e PS não usassem da palavra.
Paulo Sá sugeriu alternativas de corte na despesa do Estado "nas rendas ilegítimas do setor energético, nas escandalosas taxas de rendibilidade das parcerias público-privadas, nos ruinosos contratos (de risco) ´swap'", entre outras.
"O cisma grisalho, de que falou um certo dirigente político, sugere que a culpa de haver desemprego jovem é do emprego dos mais velhos", defendeu a deputada do BE Mariana Aiveca, sublinhando que "o Governo tem falhado em toda a linha e em todas as previsões".
O parlamentar do PCP antecipou uma "recessão, para este ano, muito superior aos 2,3 por cento" que o Governo já tinha revisto em alta e condenou a "posição ambígua" do grupo parlamentar socialista, por "ir apelando ao crescimento, mas a reiterar o apoio às políticas da ´troika'".
"O Governo limita-se a aparar as patilhas [dos senhores do grande capital, banqueiros, especuladores financeiros e acionistas de grandes grupos económicos]. A tosquia está reservada para os trabalhadores e o povo", concluiu.