"Acho que era muito importante, aproveitando o ambiente que foi criado e o acordo para o aterro de resíduos nucleares [Almaraz] (...). Desejo e exorto os governos também a fazerem um acordo sobre o processo de desmantelamento e encerramento e que nos digam em que data é que pensam desmantelar", afirmou à agência Lusa Carlos Zorrinho, em Idanha-a-Nova.
O eurodeputado, que falava à margem da conferência "Almaraz: Uma bomba-relógio aqui ao lado", promovida pelo município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, realçou que o acordo existente entre os dois países ibéricos sobre a central nuclear espanhola foi feito para a construção do aterro e para os resíduos desta central espanhola.
Questionado sobre a eventual distribuição de comprimidos de iodo junto da população portuguesa para minimização dos efeitos de um eventual acidente nuclear em Almaraz, Zorrinho disse que talvez funcionasse como um alerta para as populações.
"Quando recebessem [comprimidos de iodo] talvez pensassem para que serve e talvez, pedagogicamente, se interrogassem mais porque é que estão a entregar-me [o comprimido]", frisou.
O eurodeputado explicou ainda que em países como a Bélgica, Alemanha ou França, essa distribuição de comprimidos de iodo foi feita e, "não só deixou as pessoas mais protegidas, mas também funcionou como alerta".
"Talvez não fosse mau dessa perspetiva. Mas, espero que nenhum português ou espanhol tenha que os tomar", disse.