No dia em que os briefings do Governo foram suspensos, Pedro Lomba almoçou com jornalistas do Expresso. O tema foi esse mesmo, as conferências de imprensa do Governo e o “impacto anormal” que tiveram nos meios de comunicação.
“Não estávamos à espera deste impacto. O assunto teve um impacto completamente anormal, e até contraditório com a ideia de um briefing que é a de normalizar”, disse Pedro Lomba, salientando, primeiro, que irá voltar a fazê-los. A sua tarefa de agora passa por “coordená-los”.
“Não contávamos com uma crise de cada vez que havia um briefing”, admitiu. As conferências de imprensa diárias do Governo foram poucas mas conseguiram ficar marcadas por três saídas: o abandono do ‘todo-poderoso’ das Finanças, Vítor Gaspar, a saída “irrevogável” do agora vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e o pedido de demissão de Pais Jorge, antigo secretário de Estado do Tesouro.
“Num só briefing respondi a dezoito perguntas sobre o secretário de Estado Pais Jorge. Dezoito”, salientou Lomba.
Pedro Lomba admite que os briefings nem sempre têm o timing correcto. “Quando há crises, como a do ex-secretário de Estado do Tesouro, os briefings podem tornar-se um instrumento que não as gere da melhor maneira”, confessa.
Para o secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, o mais estranho em torno destas conferências foi o impacto que tiveram nos meios de comunicação. “Acho estranho porque é que os jornalistas transformaram os briefings numa anedota. Até houve quem recomendasse que não pusessem lá os pés…”, disse.
Contudo, o governante mostra-se confiante no sucesso desta medida. “É uma ideia ousada, mas tem de ser adaptada à realidade portuguesa”, mas, defende, “não se justifica que sejam diários”. “São um excelente instrumento (…) e hei-de escrever sobre esta experiência”, frisa.