A assinatura dos dois acordos foi confirmada por fontes do executivo e do PSD, depois de o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ter anunciado na terça-feira, no parlamento, que Costa e Rio se reuniriam na quarta-feira com vista a "uma convergência" para a descentralização de competências para as autarquias.
A apresentação dos acordos sobre a descentralização e o Portugal 2030 vai realizar-se na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
Na terça-feira, António Costa defendeu que os temas estruturantes deveria ser alvo de acordos o mais alargados possível.
"Gostaria de sublinhar que, tal como constava do programa de Governo e é desejável, possa haver acordo o mais alargado possível sobre temas que são tão estruturantes para a organização do Estado, como é a descentralização", afirmou António Costa, em Guimarães, à margem da apresentação de uma nova plataforma de vendas online.
Já Rui Rio manifestou a disponibilidade para falar com o Governo e outros partidos sobre "todos os acordos estruturais de que Portugal precise", incluindo no setor da saúde.
Os dois acordos serão formalizados quase dois meses depois do encontro entre o primeiro-ministro e o líder do PSD, que se realizou em São Bento a 20 de fevereiro, dois dias depois do Congresso dos sociais-democratas que consagrou Rui Rio.
No final, Rui Rio afirmou existir "uma nova fase" nas relações com o PS e anunciou que seria iniciado um diálogo com o Governo nas áreas da descentralização e do futuro quadro comunitário.
"Isto é tudo tão fantástico e não consegue fazer aquilo que mais deseja fazer?"
Não obstante as boas relações e paz aparente, Rui Rio, defendeu esta terça-feira que a recusa do Governo em aumentar os funcionários públicos demonstra que a situação do país não é tão boa como diz o executivo do PS.
"Anuncia o ministro das Finanças que não há condições para dar aumentos aos funcionários públicos. A pergunta que eu faço é esta: se nós temos uma economia tão pujante, se ele consegue resultados orçamentais tão fantásticos, então isto é tudo tão fantástico e não consegue fazer aquilo que ele mais deseja fazer?", questionou Rui Rio, para quem "esta é que é a questão de fundo".
"E isto, como o nosso povo costuma dizer, é gato escondido com rabo de fora. Ou seja: não há milagre nenhum nem a situação é tão fantástica como eles [governo] vendem, porque, na hora da verdade, não conseguem fazer aquilo que provava, efetivamente, que nós tínhamos esse tal milagre e essas tais condições económicas fantásticas", acrescentou.