Palavras proferidas por António Costa no final do debate quinzenal na Assembleia da República duas horas antes de fechar com o presidente do PSD, Rui Rio, acordos sobre descentralização e fundos comunitários.
Na sequência de perguntas formuladas pelo vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia, António Costa criticou quem está sempre a ver fantasmas no percurso do país.
"É altura de pararmos com os fantasmas. Primeiro, em 2016, era porque o país precisava de um plano B [de consolidação orçamental], ou porque vinha aí o diabo. Depois, era a questão das cativações", apontou o primeiro-ministro.
Apesar de ter deixado um recado de caráter genérico, o líder do executivo optou por só se referir de forma crítica ao CDS-PP, dizendo que este partido "anda sempre a saltitar de tema para tema nestes debates quinzenais" na Assembleia da República.
A seguir, neste mesmo contexto, o primeiro-ministro justificou então as razões subjacentes ao acordo que alcançou com "a nova liderança do PSD" sobre fundos estruturais e descentralização, alegando que se trata de áreas estratégicas que "exigem um consenso o mais alargado possível".
Costa referiu mesmo que esses compromissos alargados estão previstos no próprio programa de Governo e que não excluiu ninguém das conversações em torno desses mesmos temas.
Coisa diferente, segundo António Costa, é o acordo de Governo que o PS tem com os seus parceiros parlamentares: O Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV.
"Não confundimos estes acordos [com o PSD] que têm esta natureza específica com as posições conjuntas na base das quais se formou uma maioria neste parlamento que viabilizou este Governo. Essa é uma maioria que permitiu uma viragem política que tem produzido bons resultados e que só temos boas razões para darmos continuidade", salientou o primeiro-ministro.
António Costa recorreu depois a um dos princípios táticos do desporto para defender a atual solução de Governo.
"Tal como em equipa que ganha não se mexe, em solução governativa que produz bons resultados também não se deve mexer. Pelo contrário, deve prosseguir - e é isso que esperamos que venha a acontecer", acrescentou.