O processo de destituição de Donald Trump do cargo de presidente dos EUA está a dominar grande parte da atualidade internacional, uma tendência que se fez sentir também no terceiro dia da Web Summit. Tal foi bem evidente durante a conferência sobre sustentabilidade que passou pela Altice Arena, com a participação de Kate Brandt da Google e Christiana Figueires da Global Optimism sob olhar atento de Lei Cheng da CGTN.
Foi, aliás, Figueires, que arrancou fortes aplausos à plateia quando mencionou as eleições presidenciais norte-americanas de 2020, deixando fortes críticas a Trump pela forma como se afastou do Acordo de Paris.
O ambiente marcou grande parte da conversa entre as mulheres em palco. Enquanto Brandt assegurou que a Google se encontra a fazer tudo o que pode para tornar as suas operações mais eficientes, Figueires foi mais longe e disse mesmo que era altura de ditar um fim à exploração de combustíveis fósseis. “Serviram o seu propósito. Só temos de agradecer pelo que nos proporcionaram até agora e dizer adeus”, declarou Figueires, novamente sob forte aplauso da plateia.
Também o presidente da Microsoft, Brad Smith, passou pelo palco da Altice Arena. Ao invés da sustentabilidade, o executivo da tecnológica de Redmond deu o exemplo da Inteligência Artificial para apontar que "qualquer ferramenta se pode tornar uma arma", indicando que há o risco de qualquer inovação útil poder ser usada para servir o mal.
Estas foram apenas algumas das muitas conferências que marcaram o terceiro dia da Web Summit e que sim, voltou a contar com a robot Sophia e o seu criador David Hanson, da Hanson Robotics.
Fora da Altice Arena, a Web Summit voltou a mostrar-se cheia de vida – algo que pode comprovar pelas imagens deste terceiro dia – com dezenas de startups dispostas a apresentarem as suas ideias e palcos espalhados pelos pavilhões da Feira Internacional de Lisboa (FIL). Ainda que a organização possa apresentar alguns pontos de melhoria, nota positiva para a forma a produção sonora de cada um.
Apesar dos milhares de pessoas que marcam presença na cimeira, das muitas empresas e startups que escolheram Lisboa para se apresentarem ao mundo e dos ‘speakers’ que discursam para os presentes, vale a pena assinalar a disposição dos palcos. Ainda que estejam nos mesmos pavilhões, os palcos possibilitam ouvir as conferências com a maior das clarezas, com vários lugares sentados e atenção aos horários.
Tal como a organização havia prometido no primeiro dia, a Web Summit continua a fazer da diversidade de temas um dos seus maiores pontos fortes, demonstrando que a tecnologia e inovação está (realmente) em todas as áreas à nossa volta. Assim, é fácil para cada um encontrar algo que seja do seu interesse ou até que venha a tornar-se uma mais-valia para a sua empresa, startup ou organização.
O caso de Akon e da sua empresa Akoin, responsável por uma criptomoeda com a qual o artista pretende mudar a economia em países africanos. “O meu objetivo é reconstruir África de uma forma que eu gostaria de ver a acontecer, utilizando tudo e todos os recursos à minha volta para o fazer”, afirmou Akon.
O mesmo ‘olho para o negócio’ foi demonstrado pelo administrador executivo da Benfica SAD, Domingos Soares de Oliveira, na apresentação do serviço Benfica Play. Trata-se de um serviço pago que pretende ser uma “espécie de Netflix”, com conteúdos do próprio clube que vai desde os bastidores dos jogos até às sessões de treino.
Tudo formas diferentes de aproveitar os principais avanços tecnológicos dos últimos anos e ideias diferentes de como inovar. Assim foi o terceiro dia da Web Summit que acaba de entrar agora na sua reta final.