Uma decisão semelhante tomada pela Apple no ano passado motivou várias críticas dos anunciantes, recorda a EFE.
No blogue corporativo da Google, o vice-presidente da multinacional tecnológica para a segurança e privacidade no sistema Android, Anthony Chavez, revelou o início da mudança que classificou como uma "iniciativa de vários anos" para dotar o sistema operativo de novas ferramentas publicitárias que protejam mais a privacidade dos internautas.
Especificamente, escreveu Chavez, procura-se limitar o uso partilhado de dados dos utilizadores com terceiros (anunciantes, por exemplo) e operar sem códigos identificadores que se partilham entre aplicações diferentes.
A Google adiantou ainda que está a desenvolver tecnologias que reduzam o risco de haver aplicações que recolham dados dos utilizadores de forma encoberta.
Chavez garantiu que o objetivo é melhorar a privacidade dos utilizadores "sem colocar em risco o acesso a conteúdos e serviços gratuitos", já que o preço que os internautas pagam em muitos casos para aceder a esses serviços é precisamente a cedência consciente ou inconsciente dos seus dados pessoais.
Sem citar concorrentes, nomeadamente a Apple, a Google criticou que "outras plataformas tenham escolhido uma via diferente que restringe de forma agressiva as tecnologias atualmente usadas por criadores e anunciantes".
"Nós acreditamos que estas vias podem não ter resultados efetivos e terminar em cenários piores para a privacidade dos utilizadores e para as empresas criadoras", acrescentou.
Em abril do ano passado, a Apple lançou a atualização do seu sistema operativo para iPhones iOS 14.5, com uma nova política de privacidade que concede maior controlo ao utilizador e dificulta a tarefa dos anunciantes na internet.
Desde a implementação dessa atualização, todas as aplicações para telemóvel devem solicitar e receber autorização dos donos de iPhones que tenham a nova versão instalada se quiserem obter os seus dados através de aplicações terceiras.
Por seu lado, os utilizadores podem verificar a qualquer momento que aplicações receberam autorização para seguir a sua navegação online.
Se os utilizadores o quiserem podem mudar estas preferências e determinar a quem dão autorização para o rastreio ou até negar esse processo de forma generalizada.
As mudanças na política de privacidade do iPhone revelaram-se desastrosas para uma empresa que vive fundamentalmente da publicidade na internet como a Meta (proprietária das redes sociais Facebook, Instagram e Whatsapp), cujo valor em bolsa caiu mais de 300 mil milhões de dólares nos últimos meses, em consequência dessas alterações.
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