Brasil com "muita atividade local" de cibercrime

O especialista em cibersegurança finlandês Mikko Hyppönen identificou hoje o Brasil como um dos países de origem do cibercrime e onde se tem registado "muita atividade local", nomeadamente durante as eleições, para tentar influenciar os votos.

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Lusa
28/09/2023 15:54 ‧ 28/09/2023 por Lusa

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Ciberataque

A Rússia destaca-se como a principal origem dos crimes informáticos, seguida da China continental, referiu o especialista, falando com a imprensa estrangeira à margem do Nordic Business Fórum, que termina hoje em Helsínquia.

"No sudeste asiático, o Vietname é uma fonte crescente de problemas. Em termos de burlas online, África é uma grande origem. Também temos estado a ver problemas desde o Brasil desde há muito tempo", acrescentou Hyppönen, considerado uma referência mundial no setor.

Questionado pela Lusa sobre o caso brasileiro, Hyppönen explicou: "Temos visto muita atividade, como a atividade local durante as eleições. [Situações de] pessoas que começam a afetar a opinião pública ou que começam a aparecer nos 'websites' dos partidos da oposição ou noutras fontes de informação. Parece ser assim que as coisas funcionam atualmente. É uma forma moderna de protestar".

Instado a comentar se esta atividade consegue alterar o sentido do voto das pessoas, o especialista indicou como "os melhores exemplos" o referendo sobre o Brexit no Reino Unido ou a eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA.

"Tem a ver com pressionar os pontos certos nas pessoas", disse, afirmando que isso "torna-se mais fácil" a partir do momento que gigantes como o Google ou o Facebook, que "gastam todo o seu dinheiro para conhecer" os seus utilizadores, vendem as suas "bases de dados maciças" a "partidos políticos ou indivíduos que querem fazer operações de influência".

Estes casos de cibercrime, sustentou, registam-se em países onde os jovens que são bons programadores não conseguem encontrar um bom emprego, e acabam por se voltar para os crimes informáticos, que são altamente rentáveis.

Os países usam os ataques cibernéticos para fazer espionagem ou sabotagem mas a Coreia do Norte é uma exceção, focando-se no roubo de criptomoeda.

Pyongyang, salientou, "tem feito isto repetidamente", exemplificando com ataques a bancos nacionais, às redes bancárias internacionais Swift ou a bolsas de criptomoedas.

Sob "enormes sanções", a Coreia do Norte não pode movimentar dólares ou euros e, com estes ataques, consegue roubar criptomoedas, que não são sancionáveis, por "dependerem da matemática e não de decisões políticas", explicou Mikko Hyppönen.

Leia Também: Ciberataques serão feitos por IA muito em breve, diz especialista

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