Ana Pires, comandante da missão Camões e investigadora do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Tecnologia e Ciência (INESC-TEC), disse a jornalistas que a experiência na Gruta do Natal torna "possível explicar o que acontece em termos de fisiologia humana, que conforto se teve com os fatos e o que é necessário em termos de logística, como comida, higiene, trabalho de campo ou obter dados em tempo real".
O grupo de sete cientistas, de várias nacionalidades, procedeu à recolha de amostras de rochas e fez experiências com técnicas de armazenamento em gelo e congelação com azoto líquido.
"Para a parte da astrobiologia é importante ter as amostras bem conservadas", disse Ana Pires, adiantando que os resultados da missão vão ser publicados em livro.
Os investigadores criaram também um modelo a três dimensões da gruta "para se poder integrar todas as disciplinas e tudo o que se estudou", disse a comandante da missão, que pretendeu também demonstrar as potencialidades dos Açores para experiências de simulação de ambientes extremos e estabelecer pontes com investigadores da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA).
No exterior da gruta, uma equipa de especialistas em espeleologia, vulcanismo, microbiologia, geoquímica e medicina espacial atuou como controlo da missão, com a colaboração da associação Os Montanheiros, que gere a Gruta do Natal, da Proteção Civil dos Açores e da Cruz Vermelha.
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