A professora de inteligência artificial (IA) do DEI/Instituto Superior Técnico/INESC-ID e membro da equipa de investigação do projeto Bridge AI Luís Coheur e investigadora e especialista em IA da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e LIP -- Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas Joana Gonçalves de Sá falavam no debate 'IA, eu penso! - Inteligência Artificial e Pensamento Crítico'.
Este debate decorreu no âmbito do lançamento oficial da 13.ª edição da Operação 7 Dias com os Media 2025, que decorreu no AI Hub da Unicorn Factory de Lisboa, sob o tema 'IA, eu penso!'.
Luísa Coheur começou por relatar aos alunos presentes no evento que começou a trabalhar na IA quando esta ainda "não estava na moda e egora é toda esta histeria", com o advento do ChatGPT.
Atualmente, a investigadora trabalha na área de 'machine learning' (aprendizagem automática) e processamento de linguagem natural.
Por exemplo, neste momento está envolvida num projeto com uma professora veterinária para detetar asma nos cavalos: "A área da IA é gigante, antiga" e está "em várias áreas" pelo que "temos de estar todos preparados", disse Luísa Coheur.
Sobre a utilização de modelos de IA tal como o ChatGPT, afirmou não se importar que os alunos usem, mas "têm de saber que há um conjunto de competências que têm de aprender".
"IA, usem, mas de maneira a não vos fazer" perder as competências que têm de adquirir, rematou.
Por sua vez, Joana Gonçalves de Sá explicou que trabalha "no que pode correr mal" na IA generativa, recordando que os algoritmos escolhem o vemos no 'feed' das redes sociais, por exemplo.
Agora com a legislação europeia vai ser possível fazer auditorias mais aprofundadas aos algoritmos.
Relativamente ao uso de IA pelos alunos, Joana Gonçalves de Sá salientou que quando deu aulas dava exames abertos e que se alguém copia no ChatGPT, isso nada tem a ver com a tecnologia, mas antes é uma questão ética.
E apontou que, por exemplo, se os alunos recorrerem ao ChatGPT, ficam "com umas luzes" de um determinado tempo. Este tipo de modelos não são bons para conhecer "as coisas a um nível mais profundo".
A investigadora disse ser "muito crítica ao espírito crítico" e que o que considera difícil de ensinar é "como é que se pensa imenso sobre alguma coisa".
E insistiu: "O tipo de conhecimento que conseguimos ir buscar ChatCGTP e redes sociais é muito superficial".
"O que importa é onde é que a IA vai ser melhor que nós", por exemplo, há áreas de medicina que "vão ir à vida", agora "vai ser difícil o trabalho de enfermagem, massagista", referiu.
A Operação 7 Dias com os Media 2025 é uma iniciativa promovida pelo Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM), decorre entre 3 e 9 de maio.
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