O secretário de Estado Adjunto do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional falava no encerramento da conferência Media do Futuro, um evento organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que decorreu em Lisboa.
"Gostaríamos de apresentar aqui respostas a perguntas nucleares, mas estas não existem agora, existem sim pistas sobre o que devemos seguir", afirmou o governante.
"Primeiro, o digital não é uma moda, uma tendência de época, mas uma certeza", apontou Pedro Lomba, salientando que há desafios para as empresas de media que pretendem migrar o negócio para o digital, numa altura em que as receitas publicitárias digitais ainda não têm o mesmo peso que a dos meios tradicionais.
"É necessário garantir que essa transição seja feita de uma forma progressiva e não abrupta", afirmou Pedro Lomba, acrescentando que é "imprescindível" que essa migração venha do plano empresarial do operador e "não surja em reação a um ataque vindo de fora".
O governante sublinhou que "o Estado não tem de ser empreendedor nesta matéria", mas "pode desenhar boas leis de media que não entravem a adaptação dos media ao digital".
Pedro Lomba considerou que "alguma legislação está desatualizada", mas adiantou que há matéria em preparação ou em fase final para o efeito.
Defendeu ainda a necessidade de "tomar a sério a economia digital de que os media fazem parte", através de um trabalho de sensibilização de informação, colaborando com todas as empresas de media.
"Queremos em 2015 realizar um conjunto de sessões, fóruns com os agentes do setor, com as empresas, quer sejam ou não órgãos de media, um grande roteiro para o digital que permita dar a conhecer as oportunidades e potencialidades" do mesmo.
"A transição digital está em curso, a realidade dos media mudou, não vale a pena resistir artificialmente ao digital, as multiplataformas tornaram-se indispensáveis", salientou, por isso "é preciso que os media de hoje se reinventem".
A adaptação aos media dos sistemas de incentivos que atualmente existem é outra das oportunidades para o setor.
"No Governo, uma das coisas que sempre me impressionou foi que os sistemas de incentivo à economia, no seu conjunto, me pareciam francamente desligados dos media", disse.
"A circunstância das empresas de media passarem a ter acesso ao quadro financeiro 2020 poderá conferir aos novos projetos e plataformas de media uma dimensão que vai além do território nacional e com isso apta a retirar o melhor proveito da economia digital", salientou.
Estas são "três pistas de uma agenda política para o futuro dos media. O digital oferece inequivocamente um mundo de oportunidades. Há aqui um caminho e um conjunto de oportunidades que se deveria aproveitar", concluiu.