Museu de Arte Antiga lança percurso pela iconografia animal

O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, lança hoje um percurso por várias obras da exposição permanente, no qual os animais e a sua simbologia dão o mote para uma viagem artística do visitante, com diferentes leituras e perspetivas.

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Lusa
06/04/2021 13:01 ‧ 06/04/2021 por Lusa

Cultura

Exposições

O percurso, vertido em catálogo, está inserido numa parceria surgida em 2020, no âmbito do evento Lisboa Capital Verde Europeia, com um programa de iniciativas, entre as quais o anterior "Um Itinerário pela Iconografia Botânica" do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), lançado em junho.

Continuando a parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, o MNAA desenvolveu um novo percurso que atravessa as salas da sua exposição permanente, sendo agora os animais, as matérias-primas de origem animal e a sua simbologia inerente, o tema que atravessa obras desde a pintura à escultura, passando pela cerâmica, mobiliário, têxteis e ourivesaria.

Fazem parte deste "Um Itinerário pela Iconografia Animal", obras icónicas do MNAA como o "Retrato de Dom Sebastião" (c. 1570), atribuído a Cristóvão de Morais, a pintura "Inferno" (C. 1510-1520), de autor desconhecido, os "Biombos Namban", do final do século XVI/início do XVII, registando a presença dos portugueses no Japão, ou ainda o "Presépio" do Convento de Santa Teresa de Carnide (c. 1701-1725), atribuído a António Ferreira.

"O grande desafio deste itinerário foi o de identificar os animais ilustrados num conjunto de obras artísticas do MNAA, permitindo-se que o visitante possa ter, através da arte, uma melhor interpretação das obras, assim como da relação humana com o meio ambiente, baseada na celebração da beleza e nas características dos animais", sublinha a folha de sala sobre o novo percurso, que hoje se inaugura.

Tendo como ponto de partida este itinerário pela iconografia animal, o Serviço de Educação do MNAA preparou um programa que explora o mundo da fauna conhecida e imaginada, e também da flora, na coleção, e que inclui um caderno pedagógico destinado ao público mais jovem, no qual se exploram várias técnicas de desenho e diferentes maneiras de criar novas formas, disponível para 'download' no site do museu.

Uma série de vídeos de curta duração, em que se apresentam diversas obras do itinerário animal vão estar também disponíveis para visionar no sítio 'online' e na rede social Facebook do MNAA.

Nas quartas-feiras de maio, às 18:00, será concluído o Ciclo "Fauna e Flora: Outros Olhares", com mais quatro visitas/ apresentações 'online', com convidados das áreas da literatura, ciência, musicologia e da medicina veterinária.

O MNAA irá também disponibilizar visitas para escolas, usando o caderno pedagógico, que podem ser feitas por marcação prévia e, nas duas últimas semanas de julho, as crianças dos sete aos 12 anos poderão participar em oficias de verão sobre o tema da fauna e da flora, com conversas, experiências com diversas técnicas artísticas e criações.

Também serão organizadas visitas orientadas para grupos aos domingos, no dia 11 de abril e 02 de maio, às 11:00, por «Um Itinerário pela Iconografia Animal", com inscrição prévia gratuita, por ordem de chegada, até à quinta-feira anterior à data da visita.

Criado em 1884, o MNAA alberga a mais relevante coleção pública do país, que inclui pintura, escultura, artes decorativas -- portuguesas, europeias e da Expansão --, desde a Idade Média até ao século XIX, e reúne o maior número de obras classificadas como "tesouros nacionais", assim como a maior coleção de mobiliário português.

Destacam-se no acervo, nos diversos domínios, algumas obras de referência do património artístico português e mundial, não só na pintura, mas também nas coleções de ourivesaria, cerâmica, têxteis, vidros e ainda desenhos e gravuras.

Entre as obras estão, nomeadamente, os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, obra-prima da pintura europeia do século XV, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I, datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, registando a presença dos portugueses no Japão, "Tentações de Santo Antão", de Bosch, exemplo máximo da pintura flamenga do início do século XVI, "Salomé com a Cabeça de São João Batista", de Lucas Cranach, "Virgem com o Menino e Santos", de Hans Holbein, e a pintura "São Jerónimo", de Dürer.

O horário do Museu Nacional de Arte Antiga - até 03 de maio - será de terça a sexta-feira, das 10:00 às 18:00, e, ao sábado e domingo, das 10:00 às 13:00, com entrada gratuita, excetuando a exposição temporária "Guerreiros e Mártires. A Cristandade e o Islão na Formação de Portugal".

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