Pedro Adão e Silva falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do PCP e do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação no Global Media Group (GMG).
O ministro da Cultura refutou o argumento de que a compra da participação de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas, seria fundamental para o pagamento dos salários no Global Media Group (GMG), adiantando que o grupo "fez uma contraproposta para adquirir a participação do Estado", cenário em que ficaria "com 95% da agência Lusa".
Em causa está a negociação do processo de compra, pelo Estado, de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas.
Pedro Adão e Silva revelou hoje que a carta que a Direção-Geral do Tesouro e Finanças entregou em novembro ao ex-presidente executivo da Global Media, Marco Galinha, manifestava o interesse do Estado em adquirir as participações na agência "pelo preço unitário de 2,60 euros, correspondendo a um preço total de 2 milhões e 531 mil euros, aos quais depois era preciso descontar a dívida" do grupo à Lusa.
O processo de compra pelo Estado falhou por "falta de um consenso político alargado", segundo o Governo.
O Estado, através da DGTF - Direção-Geral do Tesouro e Finanças, detém 50,15% da Lusa, com o Global Media Group (GMG) a ser detentor de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%.
O fundo Union Capital Group (UCAP Group) controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da GMG.
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