Walter, antigo avançado do FC Porto, revelou em carta, divulgada pelo portal globoesporte, a difícil infância que viveu.
Do assassinato do irmão ao desaparecimento do pai, o brasileiro fala sobre algumas das suas feridas: "O futebol devolveu a mim uma dignidade negada na infância. Porque, fora do campo, Walter não sabe fazer nada".
"Não consigo imaginar o que eu poderia ter sido se não fosse o futebol. Talvez, vendedor de água no sinal. De pipoca, laranja... O que eu já fazia quando era menor, mais jovem, escondido da minha mãe para ganhar uns trocados", acrescentou o ex-avançado dos dragões, na época 2010/11, temporada em que rubricou 10 golos e uma assistência.
"Fiquei no Inter até 2010. Conquistei o Campeonato Gaúcho Sub-20 e o profissional, em 2009, até chegar o interesse do FC Porto, de Portugal. Ali, mais uma vez, senti o peso do que é estar à margem de tudo. Não entender as coisas direito. Eu não sabia quanto valia o euro, cara. Falava: que moeda é essa? Que moeda é o dólar? Mas jogar no FC Porto, naquele momento, bastava. Dividir o campo com Hulk, Falcão Garcia…", complementou, recordando que não sabia "ler nem escrever até aos 18 anos".
"Sou semianalfabeto. Escrevo o meu nome, com dificuldade, e algumas outras coisas. Larguei o colégio na quinta série - depois de reprovar cinco vezes", rematou.
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