A 'maldição dos grandes' abateu-se de novo sobre o Vizela. A equipa joga bem contra os emblemas ditos 'grandes' do nosso campeonato, mas continua à procura da primeira vitória. Contra o Sporting, na primeira jornada do campeonato, o conjunto de Pablo Villar mostrou boas indicações. Esteve empatado até aos 90+9', mas um golo de Paulinho veio confirmar a derrota em Alvalade.
Já neste sábado, o Vizela ameaçou retirar pontos ao Benfica. Deu dois golos de vantagem aos encarnados na primeira metade, mas na segunda teve mais chances de golo e reduziu a desvantagem através de uma grande penalidade. Até final, o jogo parecia trémulo para os homens de Roger Schmidt.
O Benfica marcou cedo, na primeira oportunidade de golo que dispôs, por intermédio de Petar Musa. O avançado croata aproveitou um contra-ataque bem desenhado para finalizar, aos nove minutos. Depois de duas chances de golo de Kokçu, uma delas acertando na barra da baliza de Buntic, através de livre direto, foi Di María que deu uma vantagem mais confortável aos encarnados.
Aproveitou uma falta sofrida por Rafa, numa das suas 'famosas' arrancadas, para dar uma lição de como bater um livre direto. Muita colocação e técnica de remate... tanta que o guarda-redes Buntic desistiu de se atirar à bola.
Na segunda metade, o Vizela cresceu e aproveitou o facto do Benfica ter retirado o 'pé do acelerador'. Dispôs de alguma oportunidades e ganhou uma grande penalidade ao minuto 70'. Aursnes errou ao empurrar o adversário e Luís Godinho assinalou castigo máximo.
Dos onze metros, Samu enganou o estreante Trubin. O jogo 'partiu-se' daí em diante, com pelo menos uma boa oportunidade para ambas as equipas, mas o resultado fixou-se mesmo em 1-2, uma vitória forasteira para o Benfica.
Figura
Num jogo com vários elementos do Benfica em destaque, é difícil escolher uma só figura. Mas Rafa Silva foi essencial nos lances dos dois golos - no primeiro, assistiu, no segundo ganhou a falta do livre - e teve várias arrancadas valiosas para o ataque encarnado.
Surpresa
É cada vez mais uma certeza de Roger Schmidt no onze encarnado, mas convém lembrar que João Neves tem apenas 18 anos. O algarvio foi um verdadeiro pêndulo no meio-campo encarnado, criando condições para o Benfica ditar o ritmo da partida, especialmente na primeira parte. O colega Orkun Kokçu foi um belo complemento.
Desilusão
Fredrik Aursnes é um dos preferidos dos adeptos pelo seu compromisso e versatilidade, mas quase deitava tudo a perder nesta partida. Cometeu falta para grande penalidade, perto do minuto 70', ao empurrar um adversário. Além disso, nem estava a olhar para o oponente, apenas para a bola. Uma 'mancha' no registo de Aursnes, que foi novamente adaptado a lateral-esquerdo.
Treinadores
Roger Schmidt: Ainda com Aursnes na defesa, por opção de recurso, o alemão deu a estreia a Trubin, na baliza. O Benfica teve momentos de grande dinâmica e brilhantismo na frente, mas deixou-se acomodar ao resultado na segunda metade. A equipa foi prejudicada com um dos traços habituais de Schmidt - a relutância em lançar jogadores do banco.
Pablo Villar: Confiou no seu 'núcleo duro' e fez apenas uma mudança para este jogo, com a entrada do médio Busnic. A equipa teve uma má entrada na partida e não conseguiu reorganizar-se até ao intervalo. Já na segunda parte, substituiu os dois extremos e foi exatamente a partir das laterais que nasceu o golo de honra. Nota positiva para o espanhol, dada a discrepância de valor entre as duas equipas.
Árbitro
Arbitragem bem conseguida de Luís Godinho, árbitro principal, e Rui Costa, videoárbitro. Nos lances de dúvida, as decisões parecem ter sido acertadas, até na grande penalidade. Nota negativa, no entanto, para o tempo perdido com a análise de uma possível expulsão de Buntic, por mão fora da área... para depois marcar fora-de-jogo.
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