O Sporting garantiu a presença na final da Taça de Portugal, esta terça-feira, ao empatar frente ao Benfica (2-2), no Estádio da Luz, já depois do triunfo em Alvalade (2-1) a culminar no agregado favorável de 4-3 nas 'meias' da prova-Rainha - procurada também pelo atual 'Rei' no campeonato. O leão voltou, assim, a mostrar que sabe como destronar o rival na competição, sobretudo na hora de decidir quem chega à final.
Após uma primeira parte sem golos, seguiu-se um segundo tempo 'de loucos', com quatro golos em menos de 20 minutos. Hjulmand abriu o ativo (47'), Otamendi respondeu pouco depois (52'), sendo que Paulinho ainda festejou (55') antes de novo empate rubricado por Rafa (64'). Houve ainda oportunidades para o terceiro de ambas as equipas, mas seria mesmo a equipa de Rúben Amorim a festejar no reduto do rival, quatro dias antes de novo dérbi, em Alvalade, nas contas da liderança da I Liga.
Rúben Amorim consegue, assim, à quarta tentativa, levar o emblema de Alvalade até à final da Taça de Portugal, onde esteve há precisamente dez anos como jogador... do clube da Luz. Já a outra meia-final decide-se entre Vitória SC e FC Porto, com o primeiro jogo em Guimarães, já esta quarta-feira, seguindo-se a segunda mão no Dragão, para encontrar o outro finalista da segunda maior competição de Portugal.
Muito susto e nenhum golo até ao intervalo
Roger Schmidt decidiu promover duas alterações em relação ao último duelo, frente ao Desportivo de Chaves (1-0), com as entradas de António Silva e Casper Tengstedt para os respetivos lugares de Tomás Araújo e Arthur Cabral. Já Rúben Amorim fez quatro mexidas por comparação ao onze frente ao Estrela da Amadora (1-2), substituindo Jeremiah St. Juste, Matheus Reis, Geny Catamo e Hidemasa Morita por Gonçalo Inácio, Matheus Reis, Ricardo Esgaio e Daniel Bragança, respetivamente.
O Benfica até entrou mais 'atrevido', embora a primeira aproximação de perigo tenha sido criada pelo Sporting, num remate de Hjulmand por cima da baliza, seguindo-se depois um período de maior sufoco por parte do emblema da Luz, empurrado por cerca de 60 mil adeptos.
A fechar os primeiros dez minutos, Rafa Silva foi o dono da primeira ameaça e ainda chegou a colocar a bola no fundo das redes, logo a seguir, com o lance a ser prontamente invalidado por fora de jogo, travando os festejos nas bancadas. Seguiu-se ainda um tentativa de Tengstedt a ser negada pela trave e ainda um remate periogo de Ángel Di María para defesa de Franco Israel, aos 20 minutos.
A partir daí até ao intervalo, o Sporting, algo tímido no ataque, tentou a sua sorte através de Hjulmand e Trincão, mas também David Neres procurou responder, entre vários pedidos de penálti junto da grande área leonina, tanto por Di María, como por Tengstedt. João Pinheiro mandou seguir sempre.
Mas que segunda parte foi esta?
Rúben Amorim sentiu necessidade de mexer ao intervalo e, no recomeço do segundo tempo, não hesitou em apostar numa tripla alteração, com as entradas de Matheus Reis, St. Juste e Catamo, algo que se fez sentir... no imediato. Após uma primeira aproximação de Catamo, apareceu Morten Hjulmand, a passe de Viktor Gyokeres, para abrir o ativo, de fora da área, aos 47 minutos.
O golo dos leões não abalou o conjunto da Luz por muito tempo, uma vez que, após uma tentativa de livre por parte de Di María, o empate apareceu numa 'cabeçada' de Nicolás Otamendi, aos 52 minutos.
Os adeptos do Benfica tentaram 'galvanizar' a equipa, mas foi o Sporting a festejar praticamente a seguir. Catamo trabalhou bem a partir da direita, Trubin defendeu para a frente e Paulinho apareceu solto para recolocar os leões na frente do dérbi e novamente com dois golos de desvantagem na eliminatória.
Em oito minutos, tinham aparecido três golos, depois de um primeiro tempo sem motivos de festejo. E não ficaria por aqui. Logo após o remate de Gyokeres ao poste, as águias aproveitaram o 'balão de oxigénio' e chegaram novamente ao empate, por intermédio de Rafa (64'), num lance que ainda passou pelo crivo do VAR por... cinco centímetros.
O conjunto de Rben Amorim, já com Morita em campo, não desistiu de procurar novo golo, enquanto Roger Schmidt apenas quis mexer dentro do último um quarto de hora, com a entradas de Marcos Leonardo e Tiago Gouveia. Pelo meio, não faltavam oportunidades de golo nas duas balizas, mas Israel e Trubin trataram de ir mantendo as equipas sem sofrer mais golos, após os primeiros 20 minutos de 'loucura' a abrir a segunda metade.
O Sporting avança, assim, para o Jamor, cuja final está marcada para o próximo dia 26 de maio, aguardando por Vitória SC ou FC Porto, na discussão da outra meia-final. Segue-se novo dérbi entre rivais lisboetas, desta vez em Alvalade, que poderá ter um papel preponderante nas contas da liderança do campeonato, com os leões um ponto à frente (e menos um jogo) das águias.
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Onzes
Benfica: Anatoliy Trubin; Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes; Florentino Luís, João Neves, Rafa; David Neres, Ángel Di María e Tensgtedt.
Sporting: Franco Israel; Esgaio, Diomande, Inácio, Coates, Nuno Santos; Hjulmand, Bragança; Trincão, Paulinho e Gyokeres
Antevisão
Um dérbi entre Benfica e Sporting é sempre especial, mas ter dois duelos entre os rivais lisboetas agendados para a mesma semana provocará níveis de ansiedade 'galopantes' para os seus adeptos. O primeiro jogo acontece já esta terça-feira, no Estádio da Luz, relativo à segunda mão das 'meias' da Taça de Portugal, onde ficaremos a conhecer o primeiro finalista da prova, que encerrará a época no Jamor.
Os leões chegam ao reduto do rival com uma vantagem mínima obtida no duelo da primeira mão, em Alvalade (2-1), pelo que as águias terão forçosamente de ganhar para sonharem com o acesso no Jamor, ainda que a possibilidade de disputar o prolongamento e o desempate por grandes penalidades esteja sempre em cima da mesa.
O conjunto de Roger Schmidt chega à reta inicial de abril com quatro triunfos consecutivos (os últimos três por 1-0), em resposta ao mau momento que passou em jogos frente a Sporting (2-1), FC Porto (5-0) e Rangers (2-2), enquanto a equipa de Rúben Amorim encontra-se a reagir com sucesso à eliminação na Liga Europa (frente à Atalanta), com duas vitórias seguidas.
O histórico de dérbis na prova-rainha poderá ser um indício positivo para o Sporting, que venceu 20 jogos, empatou em dois e viu o Benfica sorrir em 16. Para além disso, nas oito vezes em que os dois rivais se cruzaram no acesso à final da Taça de Portugal, os leões seguiram em frente em seis ocasiões, perante as águias que já não sabem o que é eliminar o eterno rival às portas da final desde... 1958/59.
De referir que, no próximo sábado, Sporting e Benfica voltam a encontrar-se, desta vez no Estádio de Alvalade, a contar para a 28.ª jornada da I Liga, numa altura em que a formação leonina - com um jogo em atraso - leva mais um jogo do que a equipa encarnada.
O jogo tem apito inicial agendado para as 20h45 (horário de Portugal Continental), com arbitragem de João Pinheiro, sendo que poderá acompanhar as incidências da partida na Luz, em direto, no Desporto ao Minuto.
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