Geny Catamo é um dos homens do momento, no futebol português, depois de, no passado sábado, ter marcado os dois golos da vitória sobre o Benfica, por 2-1, que deixou o Sporting bem posicionado para se sagrar campeão nacional.
No entanto, o caminho rumo ao estrelato não foi simples. Quem o garante é Pedro Russiano, treinador que trabalhou com o internacional moçambicano, durante a passagem deste pelo Amora, e que, em entrevista concedida, esta segunda-feira, à Rádio Renascença, revelou alguns segredos.
"O Geny jogava no Black Bulls, é uma equipa de Moçambique, no qual o meu investidor no Amora, Zuneid Sidat, era também investidor. O Geny veio fazer uma experiência ao FC Porto, não ficou. O miúdo, até apanhar o voo de volta para Moçambique, ia ficar ali na Amora", afirmou.
"Ele ficou ali instalado na casa deles até apanhar o voo. Entretanto, eu disse ao investidor que o miúdo podia ir lá treinar, era júnior de primeiro ano. Nesse tempo que treinou, eu vi qualidades nele acima da média. Eu disse ao investidor para ficar com o miúdo cá", prosseguiu.
"Pode agradecer-me um bocadinho, as coisas correram bem. O miúdo, no primeiro jogo que faz a titular, faz um golo muito semelhante àquele que fez esta semana, à entrada da área, na sequência de um pontapé de canto. A partir daí, o trajeto é todo dele", completou.
Pedro Russiano recorda o jovem como alguém "tímido, reservado", que soube superar as dificuldades: "É, o miúdo sofreu. Vir para a Europa, não ficar no FC Porto, era um sonho do jogador, chegar à Amora, sentir aqui uma ou outra dificuldade, estar sozinho com 16 ou 17 anos...".
"Eu acho que há algo mais brilhante, sinceramente. Este jogador de 1x1 está a desaparecer, o jogador de enfrentar os adversários. Sempre fomos, a nível nacional, uma grande fábrica deste tipo de extremos – Quaresma, Ronaldo. São esses jogadores que chegam a esses patamares", concluiu.
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