Não foi fácil, mas está confirmado. Mika abandona a I Liga portuguesa, após dois anos ao serviço do Boavista, e assina pelo Sunderland, colocando, assim, ponto final numa atribulada transferência que se estendeu quase uma semana após o fecho do defeso.
Tal como avançado pelo Desporto ao Minuto, a transferência ficou concluída antes do encerramento do mercado, mas um erro técnico no serviço que valida os certificados internacionais atrasou o processo até depois da meia-noite de 31 de agosto e obrigou ambos os clubes a reportarem a situação à FIFA.
O organismo deu ‘luz verde’ à transferência e o guarda-redes de 25 anos parte, na manhã desta quinta-feira, para Inglaterra. Antes disso, Mika aceitou falar ao Desporto ao Minuto, tendo aproveitado para deixar uma mensagem de agradecimento à forma como o Boavista lidou com a situação.
Quando é que chegou o convite do Sunderland?
Alguns três ou quatro dias antes do fecho do mercado. Apanhou-me um bocadinho de surpresa, ainda que sempre tenha acreditado que algum dia iria conseguir dar o salto. Era o que mais queria e trabalhava para isso.
Como é que o Boavista encarou a proposta?
O Boavista foi fantástico. Só tenho a dizer bem. Sempre me disseram que, se a proposta fosse boa para o jogador e boa para o clube, estariam sempre de acordo. Desde o início mostraram bastante interesse em que as coisas se resolvessem, não só por eles, como também muito por mim. Sempre fui um excelente profissional. Várias vezes não joguei e continuei sempre a fazer o meu trabalho. Sempre dei o meu melhor e o Boavista acaba por dizer que mereço isto e que fica muito feliz por ter conseguido. O clube ajudou-me a dar nas vistas e felizmente isto aconteceu.
É difícil dizer adeus ao clube?
Custa bastante, até porque, até lá chegar, tinha feito alguns jogos de I Liga, mas principalmente na II Liga. Foi no Boavista que consegui demonstrar o meu valor na I Liga e é graças ao Boavista que estou a dar este salto. Devo muito ao clube. Vou ficar a torcer por eles. Que esta época seja mais tranquila. Digam o que disserem, o Boavista é o quarto grande a nível de títulos e de adeptos. São muito emotivos, gostam muito do clube e merecem que o Boavista volte a ser o que já foi.
Após o Mundial de sub-20, em 2011, acabou por ‘apagar-se’ um pouco. Ainda assim manteve o sonho intacto?
Na minha vida, sempre tive muitos obstáculos, mas nunca baixei os braços. Aprendi com o meu pai que devemos lutar sempre por aquilo que sonhamos. Apesar de ter passado por dificuldades, nunca baixei os braços e continuei sempre na minha luta. Graças a isso consegui o que mais queria, que era dar o salto. Se puder continuar a jogar e a dar nas vistas, será importante para dar outro passo que ambiciono, que é, num curto espaço de tempo, representar a nossa seleção.
Estes últimos dias de indefinição foram complicados?
Foram complicados, mas, enquanto isto não estava tudo acertado, continuei a fazer o meu trabalho no Boavista. Já estava a preparar, com o mister Sánchez, o jogo de domingo, contra o Sporting de Braga.
Mas sentiu que a transferência para o Sunderland acabaria por se concretizar?
Tinha uma esperançazinha… Por aquilo que tenho feito, acho que já estava na altura de dar o salto.
Quais são os primeiros objetivos para esta nova aventura?
Para já, quero conseguir adaptar-me bem, porque sei que vou passar por uma fase difícil. Claro que quero treinar bem, fazer o meu melhor e, se possível, estrear-me na Premier League. Acho que é algo que todos os jogadores de futebol profissional têm como sonho. É das Ligas mais competitivas, toda a gente a segue e todos lá querem jogar.