"O que estamos a verificar é que a transição para a energia limpa, para a descarbonização da economia, se vai acentuar mais rapidamente e uma empresa como a EDP não pode desprezar a oportunidade de estar mais bem colocada do que as suas rivais para este processo", refere o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP para precisar que a empresa "não pode distrair-se tanto com o passado e perder tanto tempo à volta dos problemas do passado".
Nesta entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Luís Amado afirma ainda não ter dúvidas de que o caso das rendas excessivas tem vindo a "desgastar" a empresa. Reconhecendo que a instituições têm de fazer o seu trabalho, assume-se como um "crítico de orientações que desgastam a imagem de uma empresa, que não devia ser favorecida, mas colocada num plano que tem enquanto principal multinacional de um setor extremamente importante para o futuro da economia portuguesa".
O presidente do CGS da EDP não olha para este caso das rendas excessivas como uma perseguição, mas diz que a empresa está a ser usada como "uma espécie de arma de arremesso, na batalha política eleitoral, em nome de questões referenciadas no passado".
Relativamente ao futuro, refere que, tal como prevê o plano estratégico, a empresa deverá reduzir a sua dimensão em Portugal (e no conjunto da Península Ibérica) e diversificar o seu portfolio de ativos em mercados "onde há potencial de crescimento". Ainda assim, a sede vai manter-se em Portugal, sendo essa opção um compromisso assumido pela China Three Gorges (CTG) e que é "irrecusável".
Apesar de ter uma Assembleia Geral marcada para dia 24 de abril e uma OPA em cima da mesa, o presidente do CGS da EDP considera que, independentemente do que possa vir a acontecer, a estratégia e o desafio da EDP, de se reestruturar e reorganizar para preservar o essencial dos ativos, não será posta em causa.