Segundo dados publicados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês (GNE), os lucros ascenderam a 427.560 milhões de yuan (55.238 milhões de euros), no mês passado. A queda em outubro é superior à registada em setembro, de 5,3%, também em termos homólogos.
Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).
No conjunto dos dez primeiros meses do ano, os lucros fixaram-se em 5,02 biliões de yuan (648.049 milhões de euros), 2,9% a menos do que no mesmo período de 2018.
Entre os 41 setores analisados, 30 registaram um aumento dos lucros, incluindo no setor da produção e fornecimento de aquecimento ou fabrico de máquinas e equipamentos elétricos.
Os onze restantes registaram uma quebra nos lucros, incluindo a indústria do petróleo, carvão e outros combustíveis, ou a fundição e laminação de metais ferruginosos.
O estatístico GNE Zhu Hong destacou que as empresas com melhor desempenho entre janeiro e outubro foram as que se dedicam ao fabrico de alta tecnologia, "indústrias estratégicas emergentes" ou fabrico de equipamentos.
As estatísticas chinesas revelaram ainda que o índice de endividamento das empresas industriais, em relação aos seus ativos, se fixou, em outubro, em 56,8%, ou seja, uma redução de 0,5%, em termos homólogos.
A economia chinesa cresceu 6%, no terceiro trimestre do ano, o ritmo mais lento em quase três décadas, e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, admitiu já que vai ser "muito difícil" que a economia da China continue a crescer 6% ou mais, devido à sua dimensão e ao "aumento do protecionismo e do unilateralismo".
Analistas preveem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, refletindo as disputas comerciais com os Estados Unidos.
A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de uma guerra comercial, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.
A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.