PCP recusa avaliação de Marcelo e quer banca "ao serviço do país"

O PCP recusou esta segunda-feira a avaliação do Presidente da República sobre a banca e defendeu que esta deve ser colocada "verdadeiramente ao serviço do país" e do "desenvolvimento da atividade económica".

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Lusa
06/04/2020 20:58 ‧ 06/04/2020 por Lusa

Política

Covid-19

 

"A realidade que está no terreno, seja junto das famílias, seja junto de milhares de micro, pequenas e médias empresas, não confirma a opinião transmitida pelo Presidente da República", defendeu o membro da comissão política do PCP Vasco Cardoso, citado em comunicado divulgado esta segunda-feira.

Segundo o dirigente comunista, é altura de "colocar a banca verdadeiramente ao serviço do país" ao invés de "ficar à espera e dependente da vontade dos banqueiros".

O Presidente da República afirmou esta terça-feira que a banca mostra "grande mobilização no sentido de ajudar a economia" e prepara-se para comunicar aos portugueses a sua posição sobre a resposta à crise provocada pela pandemia de covid-19.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma reunião por videoconferência com representantes da Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander, BPI e Novo Banco, que durou mais de duas horas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a banca está a tomar "iniciativas próprias, completando as medidas aprovadas pelo Governo", e tem "sugestões concretas" a apresentar.

Vasco Cardoso realça ainda que o país precisa que "a banca cumpra o seu papel no desenvolvimento da atividade económica" e "sem ganhos por via da intermediação dos apoios públicos", priorizando as micro, pequenas e médias empresas e não "os grupos económicos".

"Depois de anos e anos em que foram mobilizados mais de 20 mil milhões de euros de recursos públicos para tapar os buracos provocados pela especulação, pela gestão danosa e fraudulenta na banca, e que o povo português pagou e continua a pagar, impõe-se interromper a política de favorecimento deste setor monopolista", argumentou.

Para o PCP, "é e será inaceitável que se procure, em nome da ajuda à economia nacional, uma nova forma de branqueamento e de financiamento de lucros presentes e futuros para este setor".

"Não é com 'spreads' e taxas de juro de 03% e 04% como as que estão a ser propostas, não é com comissões bancárias que continuam a multiplicar-se e a reinventar-se, não é com os limites e processos burocráticos na concessão de crédito que excluem milhares de micro, pequenas e médias empresas, que se apoia e ajuda a economia", acrescenta.

Vasco Cardoso considera ainda que "a atual situação coloca ainda mais em evidência a necessidade de o país recuperar o controlo público sobre este setor estratégico da economia nacional, colocando-o ao serviço do seu desenvolvimento, afirmando-se como fator de promoção do progresso e da soberania nacional".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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