Covid-19: Discussões no Eurogrupo em modo pausa e sem fim à vista

A reunião de hoje do Eurogrupo destinada a alcançar um compromisso político sobre a resposta económica da Europa à crise provocada pela pandemia covid-19 encontra-se interrompida há praticamente duas horas e ameaça prolongar-se noite dentro.

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© Reuters

Lusa
07/04/2020 19:49 ‧ 07/04/2020 por Lusa

Economia

Pandemia

 

A videoconferência, conduzida desde Lisboa por Mário Centeno, começou já com um atraso de uma hora, às 15h00 de Lisboa, tendo sido interrompida após três horas de discussões, cerca das 18h00, para "uma pausa de uma hora", mas, passada essa hora, o porta-voz do presidente do Eurogrupo indicou na sua conta na rede social Twitter que "é necessário mais trabalho" e que o encontro só será retomado às 21h00 de Bruxelas, 20h00 de Lisboa.

Um dos participantes no encontro, o ministro das Finanças maltês, Edward Scicluna, 'prognosticou' entretanto na sua conta oficial na rede social Twitter que a "maratona do Eurogrupo" poderá prolongar-se "até amanhã [quarta-feira] de manhã".

Antes da reunião, Centeno disse esperar que os ministros das Finanças europeus acordem hoje um pacote financeiro de emergência robusto para trabalhadores, empresas e países, e que se comprometam claramente com um plano de recuperação de grande envergadura.

Contudo, o compromisso a que hoje os ministros das Finanças estão 'obrigados' a chegar, não se afigura fácil de alcançar, pois o ponto mais controverso da resposta, o financiamento para os Estados-membros, que Centeno defende que deve ser garantido através de linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), por ser essa a solução mais "consensual", continua a dividir os Estados-membros.

De um lado, vários países, encabeçados por Itália, defendem antes a emissão conjunta de dívida -- os chamados 'eurobonds', ou 'coronabonds' -- e o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já reafirmou a sua oposição à solução em forma de empréstimos do fundo de resgate da zona euro. Do outro, um conjunto de países, com Holanda à cabeça, rejeita liminarmente a mutualização da dívida, e, mesmo em relação às linhas de crédito do MEE, quer impor condições.

Mais pacíficas serão as duas outras vertentes do pacote de emergência que o presidente do Eurogrupo espera 'fechar' hoje, para apresentar aos chefes de Estado e de Governo da UE: o programa de 100 mil milhões de euros proposto pela Comissão Europeia para financiar regimes de proteção de emprego, e uma garantia de 200 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento para apoiar as empresas em dificuldades, especialmente as Pequenas e Médias Empresas.

Em pouco mais de um mês, esta é a quarta reunião por videoconferência, conduzida desde Lisboa, dos ministros das Finanças europeus, sendo que desta feita é-lhes 'exigido' um compromisso, para ser apresentado aos líderes europeus.

No último Conselho Europeu por videoconferência, realizado em 26 de março, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, após uma longa e tensa discussão, mandataram o Eurogrupo para apresentar, no prazo de duas semanas, propostas concretas sobre como enfrentar as consequências socioeconómicas da pandemia, que "tenham em conta a natureza sem precedentes do choque de covid-19", que afeta as economias de todos os Estados-membros.

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