"Temos de nos focar nos elevados níveis de dívida, a DSSI é um bom começo, mas preciso de ir mais longe, e exorto o G20 a prolongar a iniciativa, o que disponibilizaria até 12 mil milhões de dólares [10,2 mil milhões de euros] em alívio de dívida que é muito necessário para os países aderentes", disse a responsável, durante um encontro virtual sobre o financiamento a seguir à pandemia.
"Precisamos de fazer mais, e com três prioridades", vincou a responsável, apontando que a primeira prioridade é "manter o apoio público às pessoas e ao comércio até ser assegurada uma saída segura da pandemia em todo o lado" e especificando que "os países de baixo rendimento e os mercados emergentes vão precisar de apoio internacional".
Neste sentido, Georgieva disse que o FMI está a preparar um aumento do financiamento concessional, isto é, a taxas de juro muito abaixo das da banca comercial e vai "encorajar os membros com posições financeiras fortes a usarem os seus Direitos Especiais de Saque para ajudar os países mais atingidos pela crise".
Além da expansão da DSSI até final de 2021, apontada como segunda prioridade por Georgieva, o FMI "dará prioridade no apoio aos países que se estão a esforçar por melhorar a gestão e a transparência da dívida".
Há países, sublinhou a responsável, que "têm um nível tão insustentável de dívida que uma reestruturação pode ser necessária", e o FMI promete "trabalhar com todas as partes para garantir que qualquer reestruturação é feita de forma ordeira".
A terceira prioridade, concluiu Georgieva, é "usar o apoio público para construir melhor no futuro e estender as fundações para uma economia mais verde, inteligente e mais equitativa".
A DSSI isenta de pagamentos os juros de dívida pública bilateral, ou seja, os países devedores ficam isentos de pagar as amortizações e os pagamentos principais até final deste ano, devendo a iniciativa ser alargada pelo menos até final de 2021 se a reunião dos chefes de Estado do G20, em novembro, assim o decidir.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.