Sem o lay-off simplificado, uma medida do Governo de combate à crise gerada pela Covid-19, a quebra do emprego poderia ascender a 19%. Esta é a conclusão de um inquérito realizado pelo Banco de Portugal e pelo INE, em julho, e divulgado no Boletim Económico de outubro.
"Numa segunda questão foi pedida às empresas uma estimativa da evolução do emprego que teria ocorrido na ausência do layoff simplificado. Neste cenário, 77% das empresas beneficiárias da medida referiram que teriam diminuído os postos de trabalho, resultando numa redução do emprego que rondaria os 19%. Considerando as respostas de todas as empresas participantes no inquérito, a queda total de emprego neste cenário contrafactual ascenderia a 8%", pode ler-se no relatório do BdP.
A maioria dos empresários (80%) considera o lay-off simplificado a medida mais relevante no combate à crise económica causada pela pandemia, segundo o Observatório da Competitividade Fiscal 2020 da Deloitte.
O regime de lay-off simplificado, que terminou em julho, recolhe 80% das preferências, "muito acima de outras ações, como as moratórias sobre os créditos à habitação e empresariais (40%) ou o incentivo à normalização da atividade (34%)", indicou a consultora.
"Em termos setoriais, o efeito da medida na preservação do emprego é mais notório nos transportes e na indústria e eletricidade, gás e água, onde a diferença entre a redução dos postos de trabalho observada e esperada na ausência do layoff simplificado atinge 20 pp e 14 pp, respetivamente. Esta diferença também é expressiva no alojamento e restauração (13 pp), setor onde se observou a maior queda do emprego", pode ler-se no Boletim Económico.
Assim, refere o supervisor da banca, "não obstante algum grau de imprecisão, estas estimativas apontam para o sucesso da medida na preservação dos postos de trabalho".