Administração Pública deve "incentivar o trabalho em rede"

A eurodeputada Maria Manuel Leitão Marques defendeu hoje que a hierarquização da Administração Pública só pode ser resolvida com a criação de "projetos de serviço público integrado" e não com grandes reformas incentivadas pelo Estado.

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Lusa
15/02/2021 19:24 ‧ 15/02/2021 por Lusa

Economia

Maria Manuel Leitão Marques

Lisboa, 15 fev 2021 (Lusa) -- A eurodeputada Maria Manuel Leitão Marques defendeu hoje que a hierarquização da Administração Pública só pode ser resolvida com a criação de "projetos de serviço público integrado" e não com grandes reformas incentivadas pelo Estado.

A ex-ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, que falava numa conferência digital sobre os desafios da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), acredita que um dos "grandes desafios" que a Administração Pública hoje enfrenta passa por "incentivar o trabalho em rede em vez do trabalho hierarquizado".

Uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE é precisamente a implementação de melhores práticas digitais na Administração Pública, sobretudo no que diz respeito à simplificação administrativa e fiscal e dos serviços.

"Eu não creio que seja o teletrabalho que vai resolver esse problema. Pelo contrário", admitiu Maria Manuel Leitão Marques, lembrando a sua experiência de gestão de projetos transversais, na qual teve de lidar com entidades públicas de diferentes ministérios que não tinham qualquer proximidade que permitisse o trabalho em rede.

Para a eurodeputada, "às vezes, a grande reforma do Estado, que redesenha tudo, tem custos enormes e os benefícios não são por demais evidentes", pelo que a solução passa pela alteração da "maneira de trabalhar", que deve ser orientada para "projetos desenhados em função do cidadão".

"Se nós trabalharmos por projetos de modo a prestarmos o serviço público integrado, isso tem como consequência benéfica, a montante, que a administração tenha a obrigação de trabalhar entre si, faça parte do ministério da Agricultura, do ministério da Economia ou de outro qualquer", defendeu.

A eurodeputada socialista sublinhou ainda a necessidade de uma "melhor conectividade" das infraestruturas digitais em Portugal, que permita que a Internet "chegue à casa de todas as crianças que estão na escola", por exemplo.

"Não estou a dizer que seja preciso levar o 5G a todo o lado, mas vai ser preciso levar conectividade em boas condições a quase todo o território", defendeu, acrescentando que a utilização desta tecnologia pode dar o mote para que a indústria portuguesa seja "competitiva".

Para Maria Manuel Leitão Marques, é necessário que a autonomia estratégia que a União Europeia ambiciona não seja feita "à custa de campeões europeus centralizados no meio da Europa", mas através de uma forma "descentralizada, usando uma boa conectividade".

Para isso, lembrou o lançamento do cabo submarino EllaLink, previsto para junho, sob a presidência portuguesa da União Europeia, que vai ligar a cidade de Sines a Fortaleza, no Brasil, e permitirá "a ligação da Europa ao resto do mundo".

Maria Manuel Leitão Marques participou na conferência digital "Desafios da presidência portuguesa da União Europeia", promovida pela Universidade de Coimbra, que contou também com a participação da comissária europeia Elisa Ferreira e do presidente do Conselho da Administração da agência Lusa, Nicolau Santos.

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