De acordo com a agência de informação Bloomberg, que cita o vice-presidente da empresa, Neil Chapman, durante uma conversa com analistas, não há previsão sobre quando será tomada a decisão de investimento na fábrica de gás natural na bacia do Rovuma, já que a petrolífera precisa de garantir o fornecimento de energia por parte da fábrica vizinha, operada pela francesa Total.
A Exxon também precisa de avaliar as "condições gerais do mercado", disse o responsável, sem explicar ao que se referia, em concreto, mas a falta de uma indicação sobre o prazo para a decisão pode indicar que o projeto está em risco de sair da lista de investimentos prioritários da companhia norte-americana, escreve a Bloomberg.
O Governo de Moçambique está a contar com o investimento da petrolífera norte-americana para começar a exportar gás natural liquefeito e assim equilibrar as finanças públicas e financiar o desenvolvimento económico.
A Exxon lidera o consórcio que inclui a Eni, a China National Petroleum, a Kogas, a portuguesa Galp e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, e desde 2018 que tem os contratos de venda de gás assinados com os clientes estrangeiros, tendo recebido em 2019 a 'luz verde' do Governo moçambicano.
Para o analista da Bloomberg Intelligence citado no artigo, "a aprovação do projeto Rovuma LNG está altamente dependente da descida dos custos, da situação de segurança e de um potencial acordo de partilha de recursos com a Total, e também do facto de estar, ou não, na lista de projetos com elevada prioridade" para a empresa.
Moçambique aprovou três projetos para exploração de gás natural ao largo da costa de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Há dois projetos de maior dimensão que vão canalizar o combustível do fundo do mar para terra, exportando-o em estado líquido: um é liderado pela Total (consórcio da Área 1) e está a avançar para arrancar em 2024, sendo o outro o projeto adiado da Exxon Mobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projeto mais avançado e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.
A plataforma flutuante deverá produzir 3,4 mtpa (milhões de toneladas por ano) de gás natural liquefeito, a Área 1 aponta para 13,12 mtpa e o plano em terra da Área 4 prevê 15 mtpa.
Atualmente, o projeto da Área 1 é o maior investimento privado em curso em África, avaliado entre 20 e 25 mil milhões de euros, e o empreendimento com decisão de investimento pendente da Exxon Mobil e Eni tem dimensão semelhante.