A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, considera que as políticas dos governos não têm sido suficientes para acabar com a desigualdade entre homens e mulheres, criticando o modelo de salários baixos, e alerta que a pandemia veio acentuar estes problemas.
"As políticas dos governos não têm sido suficientes para acabar com as desigualdades. Este modelo de baixos salários é uma das principais causas das discriminações salariais. Não há desenvolvimento das carreiras, se não há para todos, para as mulheres ainda menos", disse Isabel Camarinha, em declarações à RTP3.
A secretária-geral da CGTP, central sindical que hoje, Dia Internacional da Mulher, dá início à Semana da Igualdade, refere ainda que a pandemia veio acentuar os problemas que já existiam:
"Com a pandemia, todas as desigualdades e problemas que já existiam acentuaram-se e agravaram-se, porque as mulheres continuam a ser as que têm salários mais baixos, continuam a ganhar menos cerca de 14%/15% do que os homens, em média", lembra Camarinha.
Reconhecendo o trabalho que têm vindo a ser feito ao longo dos últimos anos, relativamente a esta matéria, a líder da CGTP constata, porém, que "há uma discriminação que existe ainda".
A CGTP inicia a Semana da Igualdade com 12 ações de protesto e denúncia, de Norte a Sul do país, para alertar para a persistência da desigualdade e da dificuldade das mulheres conciliarem o trabalho com a vida pessoal.
Sob o lema 'Defender a Saúde -- Dignificar o Trabalho -- Avançar na Igualdade', a Semana da Igualdade decorre até sexta-feira com mais de 900 iniciativas em todas as regiões do país e vai divulgar testemunhos e casos reais de trabalhadoras.
Concentrações, plenários e greves junto a empresas, encontros em locais de trabalho, tribunas públicas, debates e conferências de imprensa são algumas das ações previstas.
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