Segundo consta em comunicado, a CCPJ deparou-se com um documento emitido pela APMEDIO, intitulado 'Como criar Setor de Informação e Nomear Diretor de Informação', onde é referido que se "pretende ajudar todos os que não tendo possibilidades financeiras de contratar um jornalista com carteira profissional pretendam ter um Setor de Informação e um Diretor de Informação".
A APMEDIO foi criada em setembro de 2024 e visa atender às necessidades específicas dos media digitais e conta com cerca de 62 associados, de acordo com o presidente da direção.
Em resposta à APMEDIO, a CCPJ diz que tais publicações "criam uma perceção errada junto dos cidadãos", ao afirmarem que é possível existirem publicações a difundirem informação jornalística que não é produzida por jornalistas.
A comissão afirma ainda que "a procura da credibilização através do jornalismo para procurar transmitir mensagens de natureza comercial ou promocional pode ser legítima para os profissionais do marketing", mas os jornalistas e restantes detentores de títulos emitidos pela CCPJ têm o dever legal de "recusar funções ou tarefas suscetíveis de comprometer a sua independência e integridade profissional".
A comissão alertou também que as publicações de natureza jornalística "deverão não só ter ao seu serviço jornalistas, como o diretor de informação deverá ser jornalista ou detentor de Cartão de Identificação de Equiparado a Jornalista".
De acordo com a CCPJ, o diretor de informação, quando não jornalista, tem acesso à informação que lhe compete orientar, contudo não possui a habilitação profissional exigida por lei para o fazer, como se de um jornalista se tratasse.
Contactada pela Lusa, a APMEDIO disse que o documento em questão destinava-se maioritariamente aos associados que integram a imprensa regional e que, mesmo ao exercerem a atividade jornalística há décadas concentrando todas as condições, não obtêm o título equiparado a jornalista.
A APMEDIO disse ainda que a CCPJ não contactou a associação previamente à publicação do comunicado.
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