Mineiros da Panasqueira reafirmam que adesão à greve foi de 90%

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) reiterou hoje que a adesão à greve que terminou esta tarde nas Minas da Panasqueira rondou sempre os 90%, apesar de a empresa afirmar que a participação ficou nos 46%.

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Lusa
08/05/2021 17:37 ‧ 08/05/2021 por Lusa

Economia

Panasqueira

 

Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, no concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, cumpriram uma greve de duas horas diárias, entre o dia 26 de abril e as 15:00 de hoje, para reivindicarem aumentos salariais superiores à proposta da empresa.

Os mineiros exigem aumentos salariais de 50 euros por cada trabalhador, enquanto a Beralt Tin and Wolfram Portugal (empresa que detém a exploração das minas e que é propriedade do grupo canadiano Almonty) começou por oferecer 0,5% no salário base, tendo depois subido para 0,75%, acrescido de outros aumentos nos subsídios.

A proposta foi rejeitada e os mineiros avançaram para a greve, que também abrangeu o trabalho suplementar.

"Foi uma jornada de luta intensa com uma adesão sempre na ordem dos 90% e que mostrou que os mineiros não vão desistir", afirmou, em declarações à agência Lusa, Luís Paulo Mendes, do STIM.

O dirigente sindical considerou que a diferença nos números resulta de uma "tentativa para enfraquecer a luta dos mineiros", mas sublinhou que "essa estratégia não terá resultado".

"Estamos unidos e prontos para manter a luta", disse, referindo-se ao novo período de greve que já foi anunciado para o período entre 24 de maio e 12 de junho.

Apresentado na segunda-feira, este pré-aviso de greve prevê a paralisação de duas horas diárias no início de cada turno e engloba todo e qualquer trabalho suplementar.

A Beralt Tin and Wolfram Portugal vê a situação "com muita preocupação", como referiu à agência Lusa o administrador da empresa, Corrêa de Sá.

O responsável acusou o STIM de "intransigência" e sublinhou que os "números reais" da adesão à greve são os que foram apresentados pela empresa (46%), uma vez que têm como base o registo no relógio de ponto.

Por outro lado, reafirmou que a empresa não tem condições de dar resposta positiva a uma exigência que, disse, corresponderia a aumentos salariais de 6%.

Classificando a reivindicação como "irrealista", Corrêa de Sá apontou as dificuldades criadas pela situação pandémica e disse que a empresa teve um prejuízo acumulado de 4,4 milhões de euros, só nos últimos nove meses.

As Minas da Panasqueira são a única exploração de extração de volfrâmio a laborar em Portugal e empregam cerca de 250 trabalhadores, essencialmente oriundos dos concelhos da Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco.

Leia Também: Minas da Panasqueira dizem que adesão à greve foi de 46,1 %

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