Segundo as previsões do núcleo de estudos da Universidade Católica 'Forecasting Lab - NECEP', hoje divulgadas, entre junho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescido 1,5% em cadeia (face ao trimestre anterior) e 2,9% face ao mesmo trimestre de 2020.
No terceiro trimestre "o nível de atividade da economia portuguesa terá sido o maior desde o início da pandemia e das políticas de confinamento introduzidas em março de 2020", tendo operado a economia a 95,6% do nível do 4.º trimestre de 2019, antes da crise pandémica, estima o núcleo de estudos da Católica.
Para o total do ano de 2021, o cenário central de crescimento do PIB é estimado em 3,7%, mais 0,2 pontos percentuais do que a previsão anterior, o que a Católica justifica pela "melhoria recente dos serviços e exportações, que colocaria a economia portuguesa a operar no limiar dos 95% do nível de 2019", mas "pior do que o antecipado anteriormente em resultado das revisões que o Instituto Nacional de Estatística introduziu nos dados no final de setembro".
Contudo, a incerteza é grande "pelo que o crescimento este ano poderá oscilar entre 3,2% e 4,2% em função da intensidade das limitações à atividade económica e da dimensão do apoio orçamental às empresas e famílias mais afetadas pela crise".
Na proposta orçamental, entregue na segunda-feira à noite na Assembleia da República, o Governo prevê que a economia portuguesa cresça 4,8% este ano. Já para 2022 a previsão do Governo é de um crescimento da economia de 5,5%.
O Forecasting Lab - NECEP' espera em 2022 um crescimento de 4,3%, o que seria equivalente a 99% da atividade económica de 2019.
Em 2023, acrescenta, o crescimento deverá abrandar para cerca de 2% devido às esperadas medidas de consolidação orçamental "como forma de reduzir a dívida pública para níveis sustentáveis a médio e longo prazo".
Quanto ao desemprego, a taxa deverá ficar abaixo dos 7% este ano, com um cenário central de 6,7%, refere a Católica. Em 2022, deverá descer para 6,2%. Ainda assim, avisa, "poderão ocorrer aumentos temporários no desemprego, relacionados com o ajustamento do mercado de trabalho após a forte intervenção pública a que foi sujeito".
A Católica fala ainda das tensões inflacionistas, considerando que o que se passa a nível europeu e nos Estados Unidos tem reflexos em Portugal, esperando uma inflação de 1% este ano e de 1,3% em 2022.
Na proposta orçamental, entregue na segunda-feira à noite na Assembleia da República, o Governo prevê que a taxa de desemprego portuguesa seja de 6,8% este ano e desça para os 6,5% no próximo ano, "atingindo o valor mais baixo desde 2003".
A inflação prevista pelo executivo é de 0,9% tanto este ano como em 2022.
No documento, o executivo estima ainda que o défice das contas públicas nacionais deverá ficar nos 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 e descer para os 3,2% em 2022.
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