Os primeiros candidatos da lista, que tem a letra A, para os outros cargos dos órgãos sociais em disputa são Maria de Belém Roseira para a Mesa da Assembleia Geral, Vítor Franco para o Conselho Fiscal e Vítor Melícias para a Assembleia de Representantes, sendo este seguido de Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Em comunicado, Virgílio Lima, que lidera a Associação Mutualista Montepio Geral há cerca de dois anos, defendeu o fortalecimento da relação com as entidades da economia social, a estabilização do Grupo Montepio, o aprofundamento das sinergias e a otimização de custos.
No texto enviado às redações, deixou ainda "uma garantia de defesa de todos os colaboradores do Grupo", os quais, considerou, "além de trabalhadores são também Associados, numa gestão baseada na meritocracia, em formação adequada e contínua, defendendo os postos de trabalho".
"Este é um momento crucial da nossa vida coletiva, que não permite aventureirismos ou novas experiências", considerou Virgílio Lima, sublinhando que a "continuidade e renovação são condições fundamentais para salvaguardar a independência" da Associação Mutualista Montepio.
A candidatura de Virgílio Lima vai ter a concorrência das de Pedro Alexandre da Rosa Corte Real, Eugénio Óscar Garcia da Rosa e Pedro Jorge Gouveia Alves.
O primeiro lidera a autodesignada 'lista de quadros'. Quando Tomás Correia era presidente da mutualista, Pedro Gouveia Alves (atual presidente do Montepio Crédito) era muito próximo do gestor.
O economista Eugénio Rosa, ligado ao PCP e que nos últimos anos tem feito oposição à administração, tem como candidatos a vogais executivos da administração Tiago Mota Saraiva, Joaquim Dionísio, Inácia Moisés e António Couto Lopes, disse à Lusa fonte da lista. A ex-deputada do BE Ana Drago integra esta lista, mas para a Assembleia de Representantes.
A quarta lista liderada pelo professor universitário Pedro Corte Real tem o apoio de Fernando Ribeiro Mendes e Miguel Coelho.
Os candidatos a estas eleições precisaram de ter a autorização da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
"A avaliação dos requisitos de qualificação, idoneidade, disponibilidade e independência dos titulares dos órgãos de administração e fiscalização das associações mutualistas sujeitas ao regime transitório de adaptação ao regime de supervisão das empresas de seguros é, nos termos da lei, efetuada previamente ao exercício de funções, sendo tais requisitos de acesso à função passíveis de reavaliação a todo o tempo", recordou a ASF.
A Associação Mutualista teve um prejuízo consolidado de 86 milhões de euros em 2020, após um lucro de nove milhões de euros em 2019.
No relatório e contas divulgado apenas em 15 de setembro, o presidente da mutualista, Virgílio Lima, atribuiu o prejuízo sobretudo aos resultados do Banco Montepio, devido "aos efeitos extraordinários do contexto pandémico" que levaram a "montantes extraordinários de imparidades de crédito constituídas, entre outros efeitos adversos".
Novamente, as contas da mutualista voltaram a levantar reservas da auditora PwC, que considera que os ativos por impostos diferidos, os capitais próprios e o resultado líquido estão "sobreavaliados por um montante materialmente relevante".
A Associação Mutualista Montepio Geral tem quase 600 mil associados e é o topo do grupo Montepio, em que se inclui o Banco Montepio.
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