O relatório M&A [Mergers and Acquisitions] em Portugal, da Abreu Advogados e da Transactional Track Record (TTR), refere que "a pandemia de coronavírus teve um forte impacto nas economias portuguesa e mundial" e que os mercados de M&A "reagiram de diversas formas, seja pelo cancelamento imediato de transações, suspensão de algumas, retomadas meses depois, e ainda o adiamento de outras".
"Este contexto levou a uma diminuição do número de transações em Portugal de 21% entre abril de 2020 e março de 2021 (primeiro ano de covid-19) comparativamente a 2019, ano em que registou um aumento do volume de 26% relativamente a 2018", detalha o relatório.
No documento, os autores referem também que houve uma queda de 21% do número total de transações entre 01 de abril de 2020 e 31 de março de 2021, contra o aumento de 26% em 2019.
As grandes transações corresponderam "a uma maior percentagem do volume total e a uma percentagem consideravelmente mais elevada do valor total de transações em Portugal" entre abril de 2020 e março deste ano.
As transações com um valor entre 100 milhões e 500 milhões cresceram 53%, enquanto a percentagem do valor acumulado e as de valor superior a 500 milhões de euros registaram um aumento de 52%, de acordo com a mesma fonte.
O relatório considera também que "a realidade portuguesa do mercado de M&A está alinhada com a tendência mundial", e que "embora subsistam dúvidas quanto à sustentabilidade do crescimento do valor total de transações, Portugal está a melhorar o seu posicionamento no meio empresarial internacional".
O documento destaca que durante o ano em análise, Portugal "entrou no top 10 dos países mais atrativos para o Investimento Direto Estrangeiro (IDE)".
"As perturbações e incertezas causadas pela pandemia em 2020 fizeram com que a atratividade do IDE nos países europeus diminuísse 13% em comparação com o ano anterior. No entanto, de acordo com a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), em Portugal, foram anunciados 154 projetos de IDE, o que representa apenas um ligeiro decréscimo face aos 158 registados no ano anterior", reforça o relatório.
Entre os países estrangeiros com mais transações realizadas no primeiro ano de covid-19 estão Espanha (32), França (26) e Reino Unido (22).
Os setores da Saúde e da Tecnologia foram considerados os mais resilientes, tendo as suas transações caído, respetivamente, 7% e 17% face a 2019, tendo este último crescido em termos de valor total, com um aumento de 40%, para 4.370,13 milhões de euros.
A covid-19 provocou pelo menos 5.320.431 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.698 pessoas e foram contabilizados 1.205.993 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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