O aumento de casos da Covid-19 associado a um acréscimo do número de pessoas em isolamento está a gerar dificuldades no comércio, devido às faltas dos funcionários ao trabalho. Já há estabelecimentos comerciais que registam dificuldades em ter a porta aberta o dia todo.
"Existem algumas dificuldades em funcionar, como é uma altura de fim de ano não se nota significantemente, mas há estabelecimento comerciais com dificuldade em ter a porta aberta o dia todo", referiu o presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCSP), João Vieira Lopes, em declarações à Renascença.
Os dados mais recentes da Direção-Geral de Saúde (DGS), divulgados no boletim epidemiológico de segunda-feira, revelam que há 207.859 casos ativos da Covid-19 em Portugal. Além disso, contabilizam-se 181.237 contactos em vigilância, o que significa que poderá haver perto de 400 mil pessoas em isolamento.
O Notícias ao Minuto pediu dados atualizados a fonte oficial da DGS sobre o número de pessoas que estão, efetivamente, em isolamento devido à Covid-19, mas a mesma remeteu essa informação para o boletim mais recente.
"Estamos numa fase, em que se estendem mais os horários das pessoas que estão presencialmente. Tentam-se distribuir tarefas a pessoas que estão em teletrabalho e há pessoas que estão assintomáticas e que na prática estão a apoiar. Estamos numa situação que sobre esse ponto de vista é paralisante", acrescentou ainda João Vieira Lopes.
Na semana passada, recorde-se, o matemático Óscar Felgueiras estimou que esta semana pudessem estar em isolamento 600 mil portugueses. Se este aumento vier a confirmar-se, este pode ser mais um obstáculo para o comércio.
Contudo, vale lembrar que a DGS propôs que o período de isolamento fosse reduzido de 10 para sete dias para as pessoas infetadas assintomáticas e para os contactos de alto risco. A medida ainda não está em prática, mas prevê-se que fique operacional ainda no decorrer desta semana.
Na opinião de João Vieira Lopes, esta medida "melhora um bocadinho, mas não altera qualitativamente a situação".
Ainda na senda da falta de trabalhadores, a TAP pediu aos chefes de cabine que ocupem, de forma voluntária, funções menos graduadas, de comissários de bordo, para fazer face aos problemas gerados pela Covid-19, que colocou muitos profissionais em isolamento, segundo um documento interno.
[Notícia atualizada às 12h37]
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