Tesouro dos EUA diz ter 80% dos ativos dos bancos russos sob restrições

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, referiu na quarta-feira que 80% dos ativos dos bancos russos estão "sob as restrições" do Departamento que dirige, na sequência das sanções impostas pela invasão da Rússia à Ucrânia.

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© Reuters

Lusa
03/03/2022 06:47 ‧ 03/03/2022 por Lusa

Economia

Ucrânia

Entre domingo e segunda-feira de manhã os Estados Unidos e os seus aliados já tinham congelado metade dos ativos do banco central russo, realçou Janet Yellen, durante uma conferência em Chicago.

"A Rússia está se tornando cada vez mais uma ilha económica", acrescentou a responsável pelo Tesouro dos EUA.

Yellen também mencionou as sanções impostas na quarta-feira pelo seu país contra os oligarcas russos "que são fundamentais para o poder corrupto do Presidente [Vladimir] Putin".

"Nós sancionamos muitos desses indivíduos e estamos a trabalhar com os nossos colegas do Departamento de Justiça e os nossos aliados internacionais para descobrir, congelar e confiscar as suas riquezas em todo o mundo", apontou.

A líder do Departamento de Tesouro norte-americano também assegurou que, caso Putin continue a sua invasão na Ucrânia, os aliados, incluindo os EUA, permanecerão fiéis ao seu compromisso de continuar a impor "graves consequências" à Rússia e a responsabilizar o chefe de Estado russo pela suas "ações ilegais e imorais".

Os EUA anunciaram na quarta-feira sanções a 22 entidades relacionadas ao setor de defesa russo e restrições à exportação de tecnologia que a Rússia pode usar para refinar petróleo.

Na quinta-feira passada, o Presidente dos EUA, Joe Biden, tinha anunciado sanções contra cinco grandes entidades financeiras russas, incluindo os dois maiores bancos do país, bem como oligarcas próximos ao Kremlin, em resposta à invasão russa da Ucrânia.

Por seu lado, a União Europeia, em coordenação com os EUA, lançou uma série histórica de sanções contra Moscovo, às quais esta quarta-feira, quase uma semana após a invasão militar, se juntaram com a entrada em vigor da suspensão das transmissões dos órgãos RT e Sputnik e a exclusão de sete bancos russos do sistema SWIFT.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Secretária do Tesouro dos EUA pede reforço do sistema de saúde global

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