Relativamente às últimas semanas, "observamos um crescimento muito significativo nos canais de informação, fortemente impulsionado pela cobertura do conflito na Ucrânia", refere a análise de audiências da UM, que integra o grupo Mediabrands.
O conflito na Ucrânia "foi, nos últimos cinco anos, um dos acontecimentos que mais aumentou o nível de audiência dos canais de informação, cerca de 40% versus 2019, a par da declaração do estado de emergência em Portugal em 2020", acrescenta.
Analisando as audiências médias por dia, "conseguimos perceber um aumento significativo desde o dia 24 de fevereiro, dia em que se deu a invasão russa ao território ucraniano, mais 57% versus a média do início de fevereiro", salienta a UM.
Desde o início do conflito, "o dia com maior audiência nos canais de informação foi o dia 26 de fevereiro, dia em que as tropas russas chegaram a Kiev, contando com 90.100 espetadores em média nestes canais".
Nesse dia, o canal líder "foi a CNN Portugal, com um 'share' de 6,7%, versus SIC Notícias (4,4%) e CMTV (5,6%)".
No segmento de canais pagos ('pay tv'), mais concretamente nos canais de informação, a UM salienta que a "CNN Portugal é quem mais tem ganhado 'share' com a cobertura da guerra russo-ucraniana", aumentando 3,5 pontos percentuais face ao início de fevereiro, "liderando os canais cabo mais vistos".
Com um 'share' de 5,9% "supera a SIC Notícias, com 3,9%, e a CMTV, com um 'share' de 4,4%", aponta.
"Ainda assim, a SIC Notícias aumenta o 'share' face ao início de fevereiro, encurtando a distância para a CMTV", acrescenta a Universal McCann na análise.
Esta subida do consumo de canais de informação "acaba por influenciar negativamente o consumo de canais de entretenimento".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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