Em declarações a propósito do início da BTL 2022, o presidente do TP disse que as perspetivas para o setor são boas, apesar do contexto internacional difícil.
"As reservas que temos de voos para abril estão 500% acima do que tivemos no ano passado. Ainda não se aproximam de 2019, mas já estamos muito bem encaminhados", referiu.
Por outro lado, "a nível de capacidade aérea estamos entre os 80% e os 90% do que tivemos em 2019 e todas as semanas temos informações de companhias que estão a reforçar as suas operações, que estão a olhar para outras opções de ligações para Portugal", destacou.
"Há boas perspetivas para os próximos meses, mas é importante que esta guerra [na Ucrânia] acabe depressa e que se consiga manter a confiança no setor a nível mundial e, em segundo lugar, que se retirem as restrições que ainda existem devido à covid-19", salientou.
O presidente do TP revelou ainda que, em termos de promoção, a instituição tem "os mercados alinhados", destacando a "proximidade como prioridade máxima", apontando o mercado interno e Espanha.
Por outro lado, sublinhou, mercados como o Reino Unido, Alemanha e França serão "muito importantes este ano" e "mercados que estavam a registar grande ritmo de crescimento, como os EUA, Canadá, Brasil" fazem um "'match' [combinação] perfeito com os produtos que estão a ser promovidos: o enoturismo, o turismo literário, arte e arquitetura".
Portugal está ainda a apostar em mercados mais pequenos como a Coreia do Sul, Japão e outros mercados asiáticos, indicou.
Luís Araújo ressalvou que "isto tudo depende da conectividade que exista". "Estamos a ser muito procurados, novas rotas, novas companhias aéreas, companhias que já estão no nosso mercado e a crescer como a Ryanair", referiu. "Mas tudo depende da evolução da situação", salientou, referindo que se mantém o grande objetivo de "em 2023 retomar o nível de receitas de 2019".
Questionado sobre a falta de mão-de-obra para o setor no país, Luís Araújo destacou que "depende de três coisas".
"É uma questão demográfica, a população está a envelhecer e precisamos de gente para trabalhar e isso resolve-se com migração", referiu, destacando "o acordo entre a Índia e Portugal para simplificar os vistos de trabalho", bem como um "acordo da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] para acolher trabalhadores em Portugal e olhar para os refugiados como potencial de mão-de-obra". Além disso, é preciso "trabalhar na componente da formação" e na "atratividade do setor, através dos salários, condições de trabalho, planos de carreira".
A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) regressa hoje, depois de dois anos de paragem, devido à covid-19, e prolonga-se até domingo, sendo que para esta 32.ª edição, contará com um número superior a 1.400 expositores.
A aposta nesta edição "é em produtos novos como o enoturismo, o turismo literário, o turismo militar, aquilo que as regiões têm feito a nível da sustentabilidade, a inovação no setor", referiu Luís Araújo, indicando que "é um reencontro, mas é também uma forma de mostrar que o setor não esteve parado, nem no público nem no privado e que continua a preparar-se para a retoma".
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