No relatório com as perspetivas económicas mundiais divulgado hoje, a instituição baixou a sua previsão de crescimento mundial para 3,6%, quando tinha avançado 4,4% em janeiro, tendo ainda revisto em baixa as previsões de crescimento para 143 países.
"A incerteza destas projeções é considerável, muito acima do nível habitual. O crescimento pode desacelerar ainda mais ou a inflação superar as nossas expectativas", indicou ao apresentar o relatório o diretor do departamento de investigação do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.
O mesmo responsável apontou que um eventual alargamento das sanções dos países europeus à Rússia que inclua a energia pode causar alterações significativas nas perspetivas.
Neste sentido, o FMI admitiu mesmo que os acontecimentos dos últimos dias, que ainda não constam do relatório, podem já ter tido um impacto nos números publicados, como a adoção no passado dia 08 de abril de um quinto pacote de sanções pela União Europeia, no valor de pelo menos 20.000 milhões de euros.
A guerra também acrescenta maior incerteza à evolução da inflação, que disparou em grande parte dos países, com o FMI a considerar que, para garantir o crescimento a longo prazo, é preciso que os países sejam capazes de travar a subida de preços sem prejudicar a economia.
Gourinchas salientou a necessidade de "muitos países" consolidarem os seus saldos orçamentais, mantendo sempre o apoio financeiro aos grupos mais vulneráveis, "especialmente quanto aos preços elevados na energia e nos alimentos".
Entre as principais economias mundiais, os Estados Unidos deverão crescer 3,7% este ano, assim como o Reino Unido, a China 4,4% e a Índia 8,2%.
Segundo o FMI, é esperada uma forte queda de 35% no Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia, sendo também projetada uma profunda contração de 8,5% na Rússia devido às sanções económicas.
O crescimento económico da zona euro também foi revisto em baixa e o FMI prevê agora uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% este ano e de 2,3% em 2023.
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