A instituição considerou, na informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que o "desempenho da atividade está em linha com as expetativas, apresentando pelo quinto trimestre resultados positivos".
No primeiro trimestre deste ano, a margem financeira totalizou 133,5 milhões de euros (-8,4% vs primeiro trimestre de 2021), "refletindo a estabilidade nas linhas do negócio bancário (empresas e particulares), e o efeito das emissões de dívida sénior em 2021 e das taxas de juro negativas nas aplicações do mercado monetário".
As comissões de serviços a clientes subiram 9,6% para 68,8 milhões de euros.
Refletindo esta evolução, o produto bancário comercial caiu 3% neste período, totalizando 202,3 milhões de euros (-3% vs primeiro trimestre de 2021) e o produto bancário subiu 13,5%, ascendendo a 310,4 milhões de euros, com resultados de operações financeiras de 91,4 milhões de euros.
O resultado operacional core cifrou-se em 98,7 milhões de euros, menos sete milhões de euros, como "resultado da estabilização dos agregados de negócio e da manutenção dos custos operativos" e o Cost to Income situou-se em 51%, enquanto no período homólogo foi de 49%, justificando que beneficiou de custos operativos estáveis (103,6 milhões de euros), "com a implementação de medidas de eficiência e investimento contínuo no modelo de negócio".
O Novo Banco indica que no trimestre um resultado ajustado - antes de impostos - foi de 59,5 milhões de euros, equivalente a um RoTE1 anualizado (antes de impostos) de 10,2%.
O rácio de crédito malparado manteve-se em 5,7%, o mesmo registado em dezembro de 2021, mas abaixo dos 8,9% atingidos em dezembro de 2020. Já o rácio de cobertura situou-se em 70,8%.
Ainda nos primeiros três meses do ano, o banco constituiu 21,8 milhões de euros de imparidades, abaixo dos 61,8 milhões de euros constituídos no mesmo período de 2021.
Destas, 14,3 milhões de euros são para crédito, 11,1 milhões de euros para títulos e -3,6 milhões de euros para outros ativos e contingências.
Os custos operativos mantiveram-se estáveis face ao período homólogo em 103,6 milhões de euros, com um aumento dos gastos gerais de administrativos para 38,2 milhões de euros (face aos 35,9 milhões de euros em igual período de 2021) e uma subida ligeira das amortizações para 9,8 milhões de euros (que compara com os 8,1 milhões de euros).
Já os custos com pessoal totalizaram 55,7 milhões de euros (menos -5,7% face ao trimestre homólogo), com o Novo Banco a explicar que mantém "a tendência de redução que se tem verificado nos últimos anos em resultado das medidas de eficiência implementadas", detalhando que em 31 de março de 2022, o grupo tinha 4.182 colaboradores, menos 375 colaboradores do que em igual período, mas menos 11 do que em dezembro.
Em 31 de março de 2022, o número de balcões ascendia a 311, menos 46 do que nos primeiros três meses de 2021, mas mantiveram-se face a dezembro.
António Ramalho, presidente executivo da instituição, salientou, citado em comunicado, que "pelo quinto trimestre consecutivo o novo banco apresenta resultados positivos, criando valor para todos os seus acionistas, o que demonstra uma clara sustentabilidade da rentabilidade assente num robusto modelo de negócio, permitindo continuar a apoiar as famílias, as empresas e a economia nacional".
O rácio CET 1 atingiu 10,8% (vs 11,1% em 2021) e rácio de solvabilidade total foi de 12,9% (vs 13,1% em 2021), enquanto o rácio de liquidez (LCR) continuou a melhorar, situando-se nos 184% e o NSFR totalizou 115%.
O Novo Banco anunciou, em 09 de março, um pedido de uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução bancário relativa a 2021, ano em que o banco lucrou 184,5 milhões de euros.
A instituição financeira justifica hoje em que comunicado que este valor "teve em conta as perdas incorridas nos ativos cobertos pelo Mecanismo de Capitalização Contingente, bem como as condições mínimas de capital aplicáveis no final do mesmo ano ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente".
Assinala ainda que no que respeita ao valor solicitado ao Fundo de Resolução, relativo ao exercício de 2020 subsistem duas diferenças que resultam de divergências, entre o Novo Banco e o Fundo de Resolução, relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e à valorização de unidades de participação, que estão sujeitos a uma decisão arbitral.
"O novobanco considera estes valores (165MEuro) como devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos", indica, acrescentando que mantém ainda com o Fundo de Resolução em divergência sujeita a arbitragem a aplicação da opção dinâmica do regime transitório da IFRS.
Leia Também: NB. Governo pediu capítulo específico sobre ativos por impostos diferidos