"Evitou recessão", mas FMI diz que Europa enfrenta triplo desafio

O diretor do departamento europeu do FMI afirmou hoje que vencer a inflação, sustentar a recuperação e salvaguardar a estabilidade financeira é o triplo desafio que a Europa atualmente enfrenta.

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Lusa
14/04/2023 15:30 ‧ 14/04/2023 por Lusa

Economia

FMI

 

Em conferência de imprensa, durante as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Alfred Kammer destacou que "a Europa evitou uma recessão total neste inverno e mostrou resiliência, mas está a enfrentar um triplo desafio".

O economista do FMI elencou-o: "Vencer a inflação, sustentar a recuperação e salvaguardar a estabilidade financeira".

Alfred Kammer assinalou que "a inflação continua teimosamente alta", estando na casa dos dois dígitos na maioria das economias emergentes da Europa e em algumas economias avançadas.

"Os preços da energia caíram, mas os preços de outras despesas domésticas estão ainda a aumentar a um ritmo acelerado", frisou, dando nota de que a atividade económica desacelerou acentuadamente, uma vez que a inflação baixou o rendimento das famílias e o aperto da política monetária começou a fazer sentir-se.

Ademais, alertou para que, nas últimas semanas, o setor bancário e a estabilidade financeira foram testados, o que considerou que "lança mais sombra sobre as perspetivas de crescimento económico de curto prazo da Europa".

"A perspetiva da Europa é de crescimento lento e inflação persistente. Nas economias europeias avançadas, o crescimento económico deverá cair de 3,6% em 2022 para 0,7% este ano, antes de uma recuperação de 1,4% no próximo", indicou.

Já nas economias emergentes da Europa, excluindo a Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Turquia, o crescimento deve cair de 4,4% para 1,1% este ano e, em seguida, aumentar para 3% em 2024, apontou.

Salientou ainda que se prevê que a inflação diminua devido aos preços mais baixos da energia e à flexibilização nas cadeias de abastecimento, mas a inflação 'core' ainda ficará acima das metas do Banco Central Europeu (BCE) no final de 2024.

Recomendou que os governos europeus devem procurar "uma consolidação orçamental mais ambiciosa do que o planeado atualmente", que "a manutenção da estabilidade financeira exige uma monitorização rigorosa e uma supervisão forte.

Apontou ainda que na União Europeia a estabilidade financeira pode ser reforçada, ampliando o alcance das ferramentas de estabilização para bancos menores, e alcançar acordo sobre o seguro comum de depósitos bancários.

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