Alojamentos lucram com "mais turistas estrangeiros" (face aos nacionais)

A secretária-geral da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Ana Jacinto, esclarece que "no acumulado entre janeiro e julho de 2023, as receitas turísticas internacionais (13.414,04 milhões de euros) terão registado um crescimento de 38,6% face a igual período de 2019", mostrando que "Portugal continua a ser um destino de eleição para muitos mercados internacionais".

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© Nuno Martinho | AHRESP

Daniela Carrilho
11/09/2023 17:00 ‧ 11/09/2023 por Daniela Carrilho

Economia

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Apesar do impacto da inflação na vida dos portugueses (e não só), o turismo continua a ser um setor que 'resiste' a esta problemática, até no que diz respeito a turistas nacionais. Este ano continua a ser de recordes e a capacidade dos hotéis esgotada não vai deixando margem para dúvidas. A secretária-geral da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Ana Jacinto, revelou ao Notícias ao Minuto que "Portugal continua a ser um destino de eleição" e que o "mercado nacional também tem vindo a crescer", nomeadamente no período pré-pandemia Covid-19.

Ana Jacinto esclarece que, de acordo com os números mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), "no acumulado entre janeiro e julho de 2023, o número de dormidas de estrangeiros aumentou cerca de 19% em comparação com igual período de 2022", o que mostra que "Portugal continua a ser um destino de eleição para muitos mercados internacionais".

"Na mesma linha de previsões, as estimativas do Banco de Portugal confirmam que, no acumulado entre janeiro e julho de 2023, as receitas turísticas internacionais (13.414,04 milhões de euros) terão registado um crescimento de 38,6% face a igual período de 2019, evidenciando uma tendência bastante positiva face àquele que foi o melhor ano turístico", evidencia a secretária-geral da AHRESP, acrescentando que, tendo em conta estas estimativas, "o alojamento terá beneficiado da entrada de mais turistas estrangeiros, comparativamente aos turistas nacionais".

Questionada se se antevê mais crescimento com base no mercado internacional, Ana Jacinto afirma que "trabalhamos sempre nesse sentido para que a procura turística continue a crescer em Portugal", contudo, é esperado que seja por parte de "turistas estrangeiros e nacionais".

"Voltando aos dados do INE, no primeiro semestre de 2023, as dormidas de estrangeiros foram responsáveis por 71% do total de dormidas em Portugal. Para isto muito tem contribuído, não só a qualidade da nossa oferta turística, na restauração e no alojamento, assim como a promoção do destino Portugal no exterior", explica.

Apesar deste considerável aumento, a representante da AHRESP acautela que não é possível ignorar que "a conjuntura económica internacional poderá afetar" Portugal, uma vez que alguns dos principais mercados emissores demonstram "alguma fragilidade financeira", como o caso da Alemanha.

"No cenário mais pessimista poderemos assistir a um impacto considerável no setor, mas acredito que conseguiremos trabalhar para diversificar ainda mais os nossos mercados emissores", afirma ainda.

Não obstante, os turistas nacionais "também continuam a ser de vital importância para o setor", tendo "o mercado nacional aumentado 5%".

"O mercado nacional tem vindo a crescer, principalmente quando comparado com o período pré-pandemia. Face a 2019, o número de dormidas de nacionais aumentou 13% no primeiro semestre de 2023, um crescimento superior ao das dormidas de estrangeiros, que se fixou em 9,6%", revela Ana Jacinto, ressalvando que não se podem "ignorar alguns sinais menos animadores na procura por parte dos turistas nacionais", nomeadamente nos passados meses de julho e agosto.

Nesse período foi registado um crescimento no mercado nacional, mas "é prematuro chegar a uma conclusão desta realidade", uma vez que poderá ter sido "motivada por um desvio de procura durante os períodos prévio e posterior à Jornada Mundial da Juventude (JMJ)", um cenário já esperado pela AHRESP devido à dimensão do evento.

Apesar dos "últimos indicadores menos positivos", que podem estar relacionados com a perda do poder de compra dos portugueses, Ana Jacinto refere, por fim, que espera que "sejam transitórios", de forma a que "o turismo interno [possa] acompanhar o ritmo de crescimento a que assistimos no mercado externo" o mais brevemente possível.

Leia Também: Copos de água da torneira "não podem" ser cobrados na restauração

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