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Moody's revê em alta 'rating' de seis bancos portugueses

A Moody's subiu o 'rating' de depósitos de longo prazo da CGD, BCP, Santander Totta, Novo Banco, BPI e Montepio Geral e manteve o da Caixa de Crédito Agrícola, após a elevação da notação de Portugal, anunciou hoje a agência.

Moody's revê em alta 'rating' de seis bancos portugueses
Notícias ao Minuto

11:29 - 22/11/23 por Lusa

Economia Moody's

"As ações de hoje sobre os bancos portugueses consideraram o progresso contínuo no desempenho e nos fundamentos financeiros de vários bancos, em particular a melhoria das métricas de risco dos ativos, níveis de capital mais elevados e uma forte rentabilidade impulsionada por taxas de juro mais elevadas", avança a Moody's Investors Service em comunicado.

Segundo refere, as alterações de 'rating' dos grupos bancários portugueses "seguem a decisão da agência de classificação de elevar o 'rating' dos títulos do Governo de Portugal para A3 de Baa2", anunciada na passada sexta-feira.

No caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a Moody's elevou os 'ratings' de depósitos de longo prazo de Baa1 para A3 e os 'ratings' de dívida sénior sem garantia para Baa1, de Baa2.

Esta revisão em alta reflete, nomeadamente, "a elevação da Avaliação de Referência de Crédito (BCA, do inglês 'Baseline Credit Assessment') e do BCA Ajustado do banco para baa1, de baa2, devido aos "rácios de capital mais elevados do banco e a melhoria da sua rentabilidade recorrente", o resultado da análise LGF (do inglês 'Loss Given Failure') e os "pressupostos moderados de apoio governamental à CGD, dada a sua importância sistémica".

Relativamente ao Banco Comercial Português (BCP), a agência de notação reviu em alta os 'ratings' de depósitos de longo prazo de Baa2 para A3 e os 'ratings' da dívida sénior sem garantia para Baa2, de Baa3.

Esta revisão traduz a elevação do BCA e do BCA Ajustado do banco, de ba2 para ba1, o resultado da análise LGF e a "avaliação da Moody's de uma probabilidade moderada de apoio governamental dada a importância sistémica do BCP".

"A atualização do BCA do BCP para ba1 reflete a melhoria dos indicadores de risco dos ativos do banco, as suas métricas de capital melhoradas, mas ainda modestas, e a melhoria da sua rentabilidade final", detalha.

A Moody's acredita, no entanto, que a rentabilidade do BCP "poderá ser afetada por perdas adicionais que a sua subsidiária polaca Bank Millennium S.A. (Baa3 negativo, ba3) poderá incorrer nas suas hipotecas denominadas em moeda estrangeira".

No que se refere ao Santander Totta, a elevação dos 'ratings' de depósitos de longo prazo de A3 para A2 e a afirmação dos 'ratings' dos seus programas seniores sem garantia em (P)Baa1 refletem "a afirmação do BCA do banco em baa2; uma elevada probabilidade de apoio por parte do Banco Santander S.A. (Espanha) (A2 estável/A2 estável, baa1) o que resulta num aumento de um nível no BCA Ajustado (baa1); e o resultado da análise LGF.

Por sua vez, a elevação das notações de depósitos de longo prazo do Novo Banco para Baa2, de Ba1, e das suas notações de dívida sénior sem garantia para Ba1 de Ba3 resulta da subida do BCA e do BCA Ajustado do banco para ba1 de ba3 e do resultado da análise LGF avançada da Moody's.

"A Moody's atribui uma baixa probabilidade de apoio governamental às notações de depósito e de dívida sénior sem garantia do Novo Banco, não resultando numa melhoria adicional destas notações", avança a agência, acrescentando que "a atualização do BCA do Novo Banco para ba1 reflete melhorias contínuas na qualidade de crédito do banco resultantes do aumento do risco de ativos e dos níveis de capital e da melhoria significativa na rentabilidade recorrente".

No caso do Banco BPI, a Moody's elevou os 'ratings' de depósitos de longo prazo de A3 para A2 e a afirmação dos 'ratings' do seu programa sénior sem garantia em (P)Baa1.

Destacando o "sólido perfil de crédito do banco", a Moody's considera, ainda assim, que os elevados níveis de capital do BPI são "limitados pelos riscos decorrentes das exposições angolanas", pelo seu "risco de ativos acima da média" e pela melhoria dos seus indicadores de rentabilidade doméstica.

Quanto à Caixa Económica Montepio Geral, a elevação dos respetivos 'ratings' de depósitos de longo prazo de Ba2 para Baa3 e dos 'ratings' de dívida sénior sem garantia para Ba2, de B1, reflete também a elevação do BCA e do BCA Ajustado do banco (para ba2 de b1) e a análise LGF, atribuindo a Moody's "uma baixa probabilidade de apoio governamental aos 'ratings' de depósito e dívida sénior sem garantia do Banco Montepio".

De acordo com a agência, a atualização do BCA do Banco Montepio "reflete o perfil de crédito fortalecido do banco decorrente da contínua redução de risco do seu balanço". Ainda assim, e apesar da redução do 'stock' de NPA (crédito mal parado), principalmente através de alienações, curas e recuperações, a Moody's alerta que o banco ainda reporta um rácio de NPA de 8,0% no final de junho de 2023 (12,2% um ano antes).

Finalmente, relativamente à Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, a afirmação pela agência de notação dos 'ratings' de depósitos de longo prazo Baa2 e dos 'ratings' de dívida sénior sem garantia Ba1 reflete a afirmação do BCA baa3 e do BCA Ajustado do banco e o resultado da análise LGF.

Para as notações do CGD, BCP, Santander Totta, BPI, Caixa de Crédito Agrícola e Banco Montepio, a Moody's aponta uma perspetiva estável, considerando "pouco provável" que o previsível "aumento moderado nos empréstimos problemáticos" devido ao atual ambiente operacional instável e às pressões inflacionistas "enfraqueça materialmente os perfis de crédito destes bancos".

Já a perspetiva positiva sobre as notações de depósitos de longo prazo e de dívida sénior sem garantia do Novo Banco "baseia-se na visão de que a melhoria do perfil de crédito do banco será sustentada ao longo dos próximos 12 a 18 meses".

Leia Também: Moody's sobe rating do Banco Montepio (pela 3.ª vez consecutiva)

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