São Tomé terá central fotovoltaica para garantir estabilidade energética

São Tomé e Príncipe vai ter uma nova central fotovoltaica para produzir 10 megawatts de energia, num projeto hoje apresentado de 60,7 milhões de euros, cofinanciados pelo Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento e Japão.

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Lusa
21/02/2024 18:47 ‧ 21/02/2024 por Lusa

Economia

São Tomé e Príncipe

Segundo o diretor da Agência Fiduciária de Administração de Projetos (AFAP), o Projeto de Acesso a Energia Limpa e Sustentável contará com o financiamento de 60,7 milhões de dólares (56,1 milhões de euros), sendo 47,7 milhões de dólares (44,1 milhões de euros) do Banco Mundial, valor que inclui a gestão de 2,8 milhões de dólares (2,6 milhões de euros) que serão angariados pelo Japão em ´crowdfunding', e 13 milhões de dólares (12 milhões de euros) do Banco Africano de Desenvolvimento.

"Nós estamos claramente a falar de um projeto que é estruturante, desde logo pelo setor que cobre, setor energético, e é estruturante também porque é base de qualquer economia", sublinhou Hélio Almeida na abertura de uma sessão promovida pela AFAP para apresentação e discussão pública do projeto junto de instituições parceiras, representantes de instituições públicas e privadas, bem como a sociedade civil.

Hélio Almeida sublinhou que o projeto demonstra o "passo que o país precisa dar rumo à sustentabilidade energética, com base sobretudo nas energias renováveis", para reduzir os custos anuais com a importação de combustíveis.

"A nossa necessidade em matéria de reservas cambiais para a importação de combustível ronda uma necessidade anual em torno de 30 milhões de dólares (27,7 milhões de euros). É muito para o nosso contexto, é muito para a nossa realidade macroeconómica, é improdutiva", sublinhou o diretor da AFAP.

Almeida acrescentou que o projeto "vem mudar de forma radical o setor energético no país", através da "redução do custo de eletricidade", e vai contribuir para "melhorar o ambiente de negócios e atrair o investimento direto estrangeiro".

O projeto tem duração de cinco anos e começará a ser executado em março, sendo que em São Tomé será instalada a central fotovoltaica numa área de cerca de 20 hectares de terra na zona de Água Casada, no distrito de Lobata, e na ilha do Príncipe serão construídas três pequenas centrais com valência para recarregar baterias de motores elétricos que serão distribuídos aos pescadores.

Recentemente, o diretor da Empresa de Água e Eletricidade, Hélio Lavres, assegurou a produção energética de 22 megawatts de energia, o que está acima da demanda do país, que se situa em 16 megawatts.

Segundo o coordenador do projeto de recuperação do setor elétrico da AFAP, em 2025 a nova central que será instalada em São Tomé deverá começar a produzir até 5 megawatts de energia fotovoltaica e as três pequenas centrais fotovoltaicas da ilha do Príncipe também estarão em funcionamento.

"Quando nós falamos num país que produz energia quase 100% a diesel, fazer introduzir 10 megawatts pico em energia solar, traz grandes benefícios para o país", sublinhou Faustino Neto.

A estabilização energética tem sido um dos desafios do Governo são-tomense, que constituiu um comité de crise, chefiado pelo próprio primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

Desde dezembro do ano passado que o país regista uma normalização no fornecimento de energia, após a entrada em funcionamento de um grupo de cinco geradores diesel de uma empresa turca que fornece 10 megawatts de eletricidade, num negócio contestado pela oposição por alegada falta de transparência.

Leia Também: Petrobras vai explorar 3 blocos de petróleo em São Tomé e Príncipe

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