O presidente da CAP falava na comissão parlamentar de Trabalho, numa conferência sobre "O presente e o futuro da concertação social".
"Em relação ao futuro, enfrentamos um cenário complicado a nível internacional. Julgo que ninguém de bom senso fará uma previsão de como vai ser a situação internacional daqui a um ou dois anos. Temos uma grande incerteza quanto ao futuro das guerras e à eleição nos Estados Unidos", assinalou Álvaro Mendonça e Moura, destacando a importância do reforço da concertação social para enfrentar estas mudanças.
Segundo o antigo embaixador, a concertação social terá de se debruçar sobre o aumento da competitividade das empresas e do rendimento dos trabalhadores, não esquecendo a energia e as alterações climáticas.
Ainda dentro deste tema, o presidente da CAP vincou que "sem imigração, não há desenvolvimento económico", notando assim ser indispensável pensar, em sede de concertação social, na eventualidade de o país ter "um plano de atração de imigrantes e não só de controlo", o que também disse ser importante.
"Que imigrantes queremos e como é que os podemos atrair?", questionou.
Outra das matérias que apontou como prioritária prende-se com um pacto para a habitação.
Apesar de não adiantar mais detalhes, Álvaro Mendonça e Moura garantiu que a CAP está sempre disponível para debater, propor, negociar e acordar soluções que permitam o desenvolvimento social e o bem-estar do país.
O presidente da CAP considerou também ser "da maior importância" a participação na concertação social, que referiu ter vindo a defender um papel importante em matérias como imigração, segurança, saúde ou trabalho.
A CAP lembrou que, em 2022, subscreveu o acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, salários e competitividade, mas ressalvou que em "matérias essenciais" como a simplificação dos custos de contexto o resultado é ainda "desolador".
Álvaro Mendonça e Moura criticou ainda o que disse ser a "dificuldade, resistência e passividade do legislador".
Por outro lado, avisou que é importante ter em conta que são necessários recursos humanos que possam acompanhar a legislação.
"Quando não há meios humanos, então, porventura, é melhor não legislar, não criar novos embaraços ao crescimento económico", apontou.
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