Trabalhadores de Misericórdias manifestaram-se por novo Contrato Coletivo

Duas dezenas de trabalhadores de Santas Casas da Misericórdia de vários pontos do país concentraram-se hoje nas Caldas da Rainha para exigir um novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), em dia de greve no setor.

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Lusa
03/01/2025 14:39 ‧ ontem por Lusa

Economia

Misericórdias

"Provedora escuta, trabalhadores estão em luta", "na Misericórdia e na rua, a luta continua", "ganha-se tão mal no setor social", "está na hora, contrato cá fora" foram algumas das frases que os manifestantes gritaram em frente às instalações da Santa Casa da Misericórdia de Caldas da Rainha.

 

Os trabalhadores das instituições filiadas na União das Misericórdias Portuguesas manifestaram-se hoje e estão em greve por um "CCT novo que garanta 35 horas semanais, uma tabela salarial com diferentes níveis salariais consoante a antiguidade dos trabalhadores, diuturnidades, o pagamento dos feriados e 25 dias de férias", afirmou aos jornalistas Catarina Fachadas, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

A dirigente sindical explicou ainda que os trabalhadores exigem um aumento salarial de 150 euros "para fazer face ao aumento do custo de vida".

Sem revelar dados da adesão à greve, Catarina Fachadas adiantou que a paralisação encerrou algumas creches e centros de dia e manteve lares a funcionar com serviços mínimos, sem especificar os locais.

Na Santa Casa da Misericórdia de Caldas da Rainha, Ana Margarida Silva, delegada sindical e trabalhadora da instituição há 18 anos, explicou exemplificou que "três pisos com utentes dependentes" estavam de manhã a ser assegurados por duas funcionárias e que o lar estava a funcionar "a meio gás", "para lá dos serviços mínimos".

"Quando se trata de cuidar de pessoas, a pressão é tão grande que não há funcionários suficientes e por isso muitos não fazem greve", justificou.

A delegada sindical adiantou que a greve só não teve mais adesão uma vez que 80% dos trabalhadores são estrangeiros e não são sindicalizados, há trabalhadores de baixa e "hoje muitos trabalhadores estão a gozar a tolerância de ponto" concedida nas vésperas de Natal e da passagem do ano.

Apesar de aceitar que os "trabalhadores têm direito à reivindicação e à greve", a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Caldas da Rainha, Conceição Pereira, disse por seu turno que a adesão à greve "não foi significativa", adiantando que dos 145 funcionários apenas um está em greve.

A responsável reconheceu que os trabalhadores "devem ter melhores salários", pelo que, nos últimos anos, foram aplicados aumentos "acima" da atualização do Salário Mínimo Nacional exigida por lei e que paga também diuturnidades.

"É um trabalho exigente e difícil e os salários não são altos, mas é o que é possível de acordo com as receitas que a instituição tem", afirmou, acrescentando que a despesa anual com salários é de 2,5 milhões de euros.

O sindicato e a União das Misericórdias Portuguesas voltam na segunda-feira à ronda negocial sobre o caderno reivindicativo, que mantêm há um ano, e que tem sido mediada pelo Ministério do Trabalho.

Leia Também: Trabalhadores das Misericórdias em greve pela valorização profissional

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