Em comunicado hoje divulgado, o executivo comunitário dá então conta de que, em 04 de março, a presidente da instituição, Ursula von der Leyen, presidirá à reunião de alto nível do Diálogo Estratégico sobre o Aço, que contará com membros de toda a cadeia de valor do setor siderúrgico (como fabricantes de aço, de matérias-primas e de bens e serviços e representantes dos parceiros sociais e da sociedade civil) para, em conjunto, "ser traçado um rumo decisivo para o futuro da indústria siderúrgica europeia".
"Confrontada com desafios sem precedentes - aumento dos custos da energia, problemas de acesso às matérias-primas, concorrência global desleal e novos direitos aduaneiros dos Estados Unidos - a indústria siderúrgica exige uma ação específica", pelo que "o Diálogo Estratégico sobre o Aço tem por objetivo apresentar um plano sólido e viável para o futuro do setor", adianta Bruxelas na nota de imprensa.
Após esta iniciativa, a Comissão Europeia irá lançar na primavera deste ano um plano de ação específico para o aço e os metais.
O anúncio surge após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que irá impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio, contexto que afeta o setor da UE.
As taxas anunciadas por Washington entram em vigor em 12 de março para todas as exportações de alumínio e aço de países terceiros para os Estados Unidos e não estão previstas isenções ou exceções.
A associação europeia do aço (Eurofer) já veio alertar que a decisão do Presidente norte-americano irá exacerbar "um ambiente já terrível" no setor na Europa.
No que toca a Portugal, as tarifas de 25% sobre as importações de alumínio e aço anunciadas pelo Presidente norte-americano não deverão penalizar a indústria metalúrgica e metalomecânica portuguesa, que exporta para os Estados Unidos produtos acabados e não matérias-primas, segundo a associação setorial.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu quotas isentas de impostos a vários parceiros comerciais, incluindo o Canadá, o México, a Austrália e o Brasil.
A indústria siderúrgica europeia, com cerca de 500 instalações de produção em 22 Estados-Membros, contribui com cerca de 80 mil milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB) da UE e é responsável por mais de 2,5 milhões de postos de trabalho.
Fornece setores críticos como automóvel, construção, defesa, tecnologias de emissões líquidas nulas, veículos elétricos e infraestruturas críticas, sustentando cadeias de valor industriais inteiras.
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