O índice oficial de preços no Brasil superou, pelo quinto mês consecutivo, o limite de tolerância de 1,5 pontos percentuais acima da meta e inflação para este ano, que é de 3%.
Os preços registaram uma subida de 0,16% em janeiro e, portanto, a inflação acumulou um crescimento de 1,47% nos primeiros dois meses deste ano no país sul-americano.
De acordo com o IBGE, a inflação registada em fevereiro, a maior para o mês desde 2003, foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% nos preços da energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56 pontos percentuais no índice.
O resultado representa uma recomposição do desconto concedido nas contas de luz de janeiro, devido à distribuição do saldo positivo da hidroelétrica de Itaipu.
O órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro também destacou que cerca de 92% do resultado da inflação em fevereiro estão concentrados nove grupos de produtos e serviços relacionados a habitação (4,44%), educação (4,70%), alimentação e bebidas (0,70%) e transportes (0,61%), quatro dos nove grupos pesquisados.
A subida dos preços contrasta com a desaceleração da economia brasileira, que cresceu apenas 0,2% no último trimestre de 2024 em relação aos três meses anteriores.
Essa desaceleração deve-se, em parte, ao ciclo de aumentos oficiais de juros promovidos pelo Banco Central para controlar a alta dos preços.
A taxa básica de juros no Brasil está atualmente em 13,25% ao ano, e a expetativa é que o órgão emissor a aumente em um ponto percentual na próxima quarta-feira devido aos contínuos aumentos de preços, à situação fiscal do país e à incerteza internacional.
O Brasil, maior economia da América Latina, registou uma inflação de 4,83% em 2024, superando a percentagem de 2023 (4,62%).
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