Novo modelo da Autoeuropa vai ter "impacto muito positivo"

O novo carro elétrico atribuído pela Volkswagen à Autoeuropa "vai ter um impacto muito positivo para as empresas e para os trabalhadores e para a região", defendeu hoje a coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial, em Palmela.

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© Zed Jameson/Bloomberg via Getty Images

Lusa
14/03/2025 19:23 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

Autoeuropa

"Vai ter um grande impacto, de certeza. São novas máquinas, novas tecnologias associadas ao novo modelo elétrico do grupo Volkswagen, que será muito positivo para as empresas, para os trabalhadores e para a região", disse à agência Lusa Daniel Bernardino, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Faurécia, que também integra a coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal.

 

Daniel Bernardino dá como exemplo a empresa onde trabalha, a Faurécia, que produz componentes plásticos para para-choques de automóveis, que já está preparada para fornecer componentes para o novo modelo híbrido que a Volkswagen deverá começar a produzir em 2026 e para o futuro veículo elétrico, com o arranque da produção previsto para 2027.

"No caso da Faurécia, nós já fomos nomeados para produzir componentes para outros carros da Volkswagen, que vão ser feitos em Espanha, o que significa que a tecnologia associada ao novo carro elétrico vai ser aplicada em larga escala. E também produzimos para a Land Rover-Jaguar. Aliás, dentro de pouco tempo, face aos níveis de produção que estão previstos, vamos estar mais dependentes da Volkswagen Espanha e da Land Rover-Jaguar, do que da Autoeuropa", disse Daniel Bernardino.

O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Volkswagen Group Services, José Caeiro, uma empresa do grupo alemão Volkswagen com 600 trabalhadores, que faz a receção, armazenamento e distribuição de componentes na linha de montagem da Autoeuropa, também só vê vantagens na produção do novo modelo elétrico na fábrica de Palmela.

"É mais um carro a produzir durante mais alguns anos. E isso é muito positivo", corroborou José Caeiro, lembrando, no entanto, que a Volkswagen Grupo Services, embora seja uma empresa do grupo Volkswagen, tem de ir a mercado como qualquer outra empresa.

"Concorremos com outras empresas para a prestação de serviços de logística, finanças e contabilidade. Tudo o que não tem a ver com a produção do carro propriamente dita, nós fazemos, não só para a Autoeuropa, mas também para outras empresas do grupo Volkswagen em Portugal. E também trabalhamos para outras empresas, como é o caso da MAN, por exemplo, mas a vinda de um novo carro elétrico para a Autoeuropa é, sem dúvida, muito positiva para todos nós", sublinhou.

Para António Costa, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Sesé, uma empresa que assegura a receção, armazenamento e distribuição de componentes na linha de produção da Autoeuropa, "a vinda do novo carro elétrico é uma mais-valia porque garante a manutenção dos empregos, se não da totalidade, pelo menos da grande parte dos empregos, o que é muito bom para os trabalhadores, para a península de Setúbal e para o país".

"O novo carro elétrico não só garante emprego aos cerca de 640 trabalhadores da Sesé e à grande maioria dos trabalhadores das empresas do parque industrial, como também significa um reconhecimento muito grande do próprio grupo Volkswagen pelo desempenho dos trabalhadores deste parque industrial, sejam eles da Volkswagen Autoeuropa ou das inúmeras empresas que aqui trabalham", acrescentou António Costa.

Preocupante é, para já, a situação na empresa Vanpro, que fabrica bancos completos para o mercado automóvel e que tem a Autoeuropa como único cliente, mas que não foi escolhida para fornecedora do novo modelo híbrido T-Roc, que arranca a fase de produção em 2026, e que também ainda não sabe se poderá vir a ser fornecedora do futuro veículo elétrico da Autoeuropa.

"Neste momento os 475 trabalhadores da Vanpro não fazem ideia de qual será o impacto que poderá ter o novo veículo elétrico. Ainda estamos a fazer o T-Roc, até ao fim de produção, portanto até ao fim deste ano, mas não ganhámos os assentos para o novo carro híbrido", disse à Lusa Sónia Almeida, da Comissão de Trabalhadores da Vanpro.

"Há contactos da administração da Vanpro, da Comissão de Trabalhadores e da coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial, para ver se é possível a integração de alguns trabalhadores da Vanpro na empresa que vai fornecer os assentos para o novo T-Roc híbrido e noutras empresas do parque industrial, mas ainda não se sabe quem irá fornecer os bancos para o novo modelo elétrico", acrescentou Sónia Almeida, reiterando a preocupação com o eventual encerramento da empresa e o despedimento de todos os trabalhadores da Vanpro.

Leia Também: Todos os detalhes do carro elétrico que vai ser produzido em Palmela

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